29/01/2013

Quando se está triste, não adianta alguém chegar e dizer que se deve ficar alegre. A gente já sabe disso. A tristeza, assim como a alegria, são estados em que colocamos nosso coração pra pulsar. E sair do ritmo triste pode até acontecer em função de algo ou alguém, mas a mente consegue muita coisa também. E desconhecemos esse mecanismo. Da mesma forma que algumas pessoas possuem o poder de ficar sempre tristes, mesmo com coisas boas acontecendo. Por isso não adianta querer que o outro fique alegre apenas porque é "melhor ser alegre que ser triste". Tem uma mola propulsora que se chama "vontade" e apenas ela pode fazer com que o coração pulse na mesma vibração que o pensamento. Posso estar triste, não quer dizer que eu seja triste.

Leca Castro - 29/01/13

26/01/2013

Quando uma pessoa engana outra ela não percebe que está apenas enganando a si mesma. Atitudes sem verdades não são validadas pela consciência. Atitudes que valem à pena precisam ser verdadeiras, honestas, transparentes. Sei que não é fácil se expor (e como sei...) pois faz com que fiquemos frágeis perante os outros que viram nossa exposição. Mas ainda assim é a melhor opção. Poderão tentar me derrubar pelas minhas fraquezas mas a cada tentativa ficarei mais forte. E essa fortaleza erguida pelo mau caráter alheio será translúcida para que eu nunca me perca de vista.

Leca Castro - 26/01/13

24/01/2013

Acho que uma coisa em mim que não vai mudar até o fim dos meus dias é achar que o desrespeito é a pior coisa a se fazer a alguém. E digo isso, mas em todos os níveis de quaisquer relações. Há que se respeitar o outro em atitudes e em palavras. Isso deveria ser lei. Invadir os limites de quem quer que seja só deve acontecer com permissão. E ainda assim, nem seria invasão. Quem tenta aparecer através da queda de alguém precisa entender que cair faz parte e ficar por muito tempo de pé, cansa. Uma hora cai do salto. E que atirar pedras em quem está quieto, assusta. Às vezes acerta. Mas em ambos os casos é covardia. Um ataque pelas costas. Passarinho só cai quando não sabe que precisa voar. Mas uma coisa é certa e quem me contou isso foi a vida que vivi até agora: essa mesma vida devolve. Cada pedra lançada, cada invasão não permitida, cada palavra mal dita e maldita... a vida manda de volta. Nem sempre é imediata, mas com certeza é na hora certa. Respeito é algo que faz falta nos dias hoje. É bom. E eu gosto.

Leca Castro - 24/01/13

22/01/2013

O amor, quando verdadeiro, aumenta com o passar do tempo. Não que existam amores mentirosos, mas a gente confunde os sentimentos facilmente. Paixão não é apenas fogo. É uma espécie de amor que arrebata, que acontece, que é repentino. Mas não é amor. Acaba. Mas só sabemos que não é amor quando deixa de ser. Eu amei pessoas no passado e hoje sei que realmente é amor, porque ainda sinto. Com menos intensidade, é verdade, mas por não ser cultivado há um tempo, não ser alimentado. Mas a forma como penso na pessoa e a sinto em mim, não mudou. Mesmo se passando 10, 20 anos. O que aprendi com tudo isso é que em algum momento a maioria das pessoas que amamos vão partir. Não importa pra onde nem como, mas partirão. Só algumas poucas permanecem e continuam fazendo parte da nossa vida. Porque faz parte os caminhos se desencontrarem num ponto. Cada um escolhe formas diferentes de viver. Mas isso não significa que deixamos de nos amar. E se acontecer, não era amor. Foi algo bom que nos manteve aquecidos durante um tempo e nos fez crescer juntos. Talvez até com um pouco de dor. O que importa realmente não é saber se é ou deixa de ser amor. O que importa é como expressamos o que sentimos. De nada adianta amar e esse sentimento ficar guardado e não servir pra nada, pra engrandecimento de ninguém. Ele precisa ser vivido. Eu ainda não sei distinguir no início, com precisão, se o que sinto por alguém em especial é amor de verdade ou algo que me remete a ele, mas o que me importa é manifestar isso em palavras e também em atitudes. Porque sentimento bom precisa ser dinâmico, precisa ser chama, precisa ser vivido. É o que alimenta a alma e aquece o coração. Tenho pena de pessoas que só acreditam no amor a dois. Amor de casal. Eu acredito no amor entre almas. E me desafio, todos os dias, a aprender a amar.

Leca Castro - 22/01/13

21/01/2013

As tradicionais fórmulas costumam falhar sempre quando se precisa delas. Hoje busquei lembrar tudo que sabia sobre tensão. Acordei estranha, angustiada, tensa... E mesmo fazendo tudo que se sabe certo fazer nessas horas, ainda estava fora de prumo. A tensão era tanta que passei o dia inteiro apertando uma arcada dentária contra a outra. Sem perceber, claro. O resultado é dor na região da mandíbula. E obviamente isso não ajudou em nada pois continuo angustiada. E o estranho é que dessa vez não sei explicar o que sinto, nem o motivo de estar assim. Só... estou. E esse é um daqueles dias que a gente reza, mas reza pra que acabe logo e que amanhã tudo acorde diferente e melhor. Inclusive eu.

Leca Castro - 21/01/13

20/01/2013



Sua vinda sempre foi desejada. Sempre. E sua chegada foi o divisor de águas de minha vida. E sinto vontade de te dizer isso porque exatamente esse ano terei o dobro de vida que você. E a minha primeira metade foi vivida com aprendizados externos, de família e escola. Vivi uma época onde eu era criança se transformando em adolescente que se transformava em adulta. Vi essas mudanças de perto e me vi grávida, tornando-me finalmente mulher completa. Já a minha segunda metade foi também de aprendizados, mas aprendi muito mais internamente, comigo mesma. Fui errando e aprendendo. Fui tentando acertar e aprendendo. Aprendi com você que ser mulher, na vida de uma mulher, não é tudo. É necessário também ser uma mulher que vai gerar, que se reproduz. Até hoje aprendo a ser mãe. E acho que vou aprender até o dia que nos separarmos fisicamente. E então vou descobrir que ainda continuarei a aprender. Já tínhamos um laço e agora reforçamos esse elo nessa convivência de quase 23 anos físicos. Porque comecei a te amar assim que soube que você estava em mim. Assim que soube que era seu abrigo. E assim queria ser infinitamente. Sei e quero que se lembre que somos seres complexos. E pessoas assim agem de forma que não entendemos sempre. E não conseguem se explicar também. São sentimentos e impulsos, ainda passíveis de erros. Muitos. Não sou um exemplo de mãe, sei disso. Sei dos meus limites. Sei das minhas dificuldades. Mas mesmo assim você consegue ser uma boa filha. E por boa filha quero dizer que você me dá o mínimo de preocupações. Que você cresce na medida certa. Que você consegue ultrapassar a barreira mãe/filha e me ensina muito com suas atitudes. Por boa filha eu quero dizer que você é mais do que eu um dia imaginei merecer. E te digo isso de coração. Que seus próximos 22 anos também sejam de crescimento, e que depois disso, venham mais 44 se assim for necessário. Você irá tirar de letra. Esse laço ficou mais forte, com certeza. Estarei sempre com você. Da mesma forma que você sempre foi desejada, quero muito que você permaneça na minha história. E ao invés de te dizer sobre o amor que te sinto, queria dizer que o amor que você me dedica é o amor mais puro e incondicional que já senti nessa vida. Então aproveito pra te agradecer por isso. Por me fazer querer ser sempre melhor. Por me mostrar que eu posso ser melhor. Por me amar. Eu te amo.

Leca Castro - 20/01/13

17/01/2013



Eu sei da minha crença e o que ela me mostra. Mas sei também que algumas coisas que acontecem são comuns a todos nós, independente da fé e até da falta dela. Fato é que temos afinidades com algumas pessoas, mas com umas essa afinidade é mais forte. Tão forte que ultrapassa o entendimento humano. Pessoas que pouco sabemos, pouco conhecemos. Simplesmente... Sentimos. E sentimos de uma forma absurda que só se assemelha ao que sentimos por pais e filhos. Nem sempre é recíproco. Nem sempre há o que oferecer como retorno. Mas isso não importa. Só queremos a pessoa bem. Só queremos vê-la alegre, satisfeita e realizada. E se isso nos custar algo, ainda assim é pouco. Quando esse alguém se dói, dói na gente. E dói fundo, com direito a choro. Com direito a insônia. Com direito a sentir a mesma dor. Isso não é ruim no contexto dos acontecimentos. Chega a dar um gosto bom em sentir junto, como se aliviasse a dor do outro. Como se deixasse o fardo mais leve. Como se ser solidário nessa dor fizesse doer menos. E quando esse mesmo alguém fica feliz com alguma conquista, ficamos radiantes junto. Parece que nossa vida ganha cor, ganha vida, ganha satisfação na felicidade da pessoa amada. Se isso não é amor, não sei o que pode ser. Mas enquanto não me definirem melhor, será amor pra mim. De mim. E eu digo: sim, eu amo.

Leca Castro - 17/01/13

15/01/2013

Tem dias em que tudo dói, mas a dor que dói menos é no corpo. Um palavra dita em um tom diferente, uma frase escrita na hora errada, um silêncio no momento do diálogo, a omissão após a deixa que dou. Tudo isso dói. Por isso conviver é difícil. Por isso vou cada vez mais me isolando. Melhor que deixar essa dor virar uma bola de neve descontrolada. Sim, porque ao acumular desagrados, chega um instante em que tudo isso vai sair de uma forma tranquila ou não. E geralmente sai do segundo jeito. E aí é quando descarregamos, mesmo sem querer, em quem está ao nosso redor. E na maioria das vezes, quem está perto é quem nos ama. É quem sai ferido. E não há nada pior que ser magoado por quem amamos e por motivos que não provocamos. É assim que vamos nos distanciando e distanciando as pessoas de nós. Diálogos vão sendo suprimidos e cada vez as conversas são mais superficiais. Até chegar o dia em que nem a conversa existe mais. Silêncio. Mudez. Carência. Dor. E recomeça o ciclo.

Leca Castro - 15/01/13

14/01/2013


Quando vejo a vida de outras pessoas consigo perceber o quanto vivo uma fase egoísta demais. Quando vivo junto da vida de outras pessoas consigo entender que ninguém foi feito pra se isolar do mundo. Quando convivo de perto com outras pessoas consigo saborear a maravilha que é a complexidade da vida. Nossas diferenças, na verdade, não nos subtraem das pessoas. Se soubermos usar isso a nosso favor, passaremos a ser soma. Pois é através do jeito diferente de pensar e viver a vida é que vamos aprendendo a respeitar, a entender propósitos, a reavaliar conceitos e condições.

Eu gosto de ser só. Talvez até tenha sido uma opção defensiva, mas eu gosto de ficar sozinha. Mas quanto a sentir solidão, essa eu já sentia mesmo quando era rodeada de gente. E a solidão é que vai matando. Vai minando. É uma sensação pior que a certeza de ter sido esquecida. É quando palavras de outros não te convencem. É quando o amor do outro não te preenche. É quando o vazio se enche de mais vazio.

Por isso ter olhos para ver os problemas alheios passa a ser uma salvação paradoxal. Não diminui meus problemas, mas não me sinto uma única pessoa com problemas. Ver de perto o problema do outro é diferente de saber dele que tem problemas. E assim meu vazio vai esvaziando e ficar só volta a ser prazeroso. Porque posso ser só, mas ainda não me permito ter apenas vazios pra oferecer. Sou solitária, mas não sou feita apenas de solidão.

Leca Castro - 14/01/13

10/01/2013

Nos dias de hoje pouca coisa tem feito meu coração palpitar. Algumas palavras ainda me arrebatam, mas as atitudes voltadas a mim são mínimas. Chega uma hora na vida em que as palavras se tornam insuficientes, inclusive as minhas próprias. Tenho vontade de passar da palavra ao grito, do grito à ação. Sinto que só assim conseguirei extravasar o que tem aqui e só assim também darei forma ao que digo. Se não acreditam no que falo, a culpa só é minha quando, na prática, contradigo tudo. Eu e minhas imperfeições. Eu e meus medos. Eu e minhas inseguranças. Mas eu amo. E como nunca, hoje sei o quanto dói amar sozinha. O quanto custa abrir mão de também saber que sou amada. Mas a reciprocidade não é condição do amor. É um risco. Não será um desamor que irá anular os amores que conquistei e trago comigo. Realmente não tenho muito a oferecer e sei bem disso, mas o pouco que tenho, tento entregar da forma mais redonda que consigo. E quando não consigo, tento arredondar os cantos do quadrado que ofertei. Chega a coçar a alma a vontade de dar vida aos amores que carrego. Chega a angustiar não ver vida em palavras que me dedicam. Mas nesses fadados dias de hoje pouco posso fazer a respeito. É a fase do respiro, da reavaliação de tudo e de todos. A fase da certeza da própria sobrevivência. A fase de dar vida a todos os choros recolhidos e reprimidos. A fase de deixar a fragilidade vir à tona. A fase de não se importar com a opinião alheia. A fase de redescoberta. A fase de reencontros com meus pedaços. E quem sabe, me reencaixar e voltar menos despedaçada e mais inteira. Os dias de amanhã me terão. E espero ter quem amo comigo. E espero amar mais do que consigo hoje. E me amar mais também.

Leca Castro - 10/01/13


Eu continuo com a mesma vontade de quando te conheci: te colocar no colo. E te dizer pouco, muito pouco mesmo. Apenas o suficiente. Porque sei que o que vai te preencher não entrará pelos ouvidos. Eu também sei que seu passado faz com que seu presente se anule em muita coisa e que seus medos, todos eles, fazem o mais completo sentido. Que as boas intenções de quem te amou deixou sequelas que ainda podem vir a ser boas e talvez um dia eu te explique isso melhor. Que por detrás do meu Charlie brincalhão tem um rapaz que se enfrenta diariamente. E que esse enfrentamento significa a morte de vários leões (ou baleias). Que tem dias que você se arrasta. Em outros apenas sobrevive. Que suas cores estão, todas elas, embutidas no branco, que se mistura no negror do seu céu noturno. Então você tem seu cinza e nele você tem todas essas cores, só que camufladas. E que seu choro não é solitário. Há meu coração que, mesmo de longe, te acompanha. Não pra secar lágrimas. Não. Elas são necessárias. Elas te regam. Mas é meu coração que te coloca no colo e que te afaga. Mas ao mesmo tempo diz que os ventos estão mudando. Que a maturidade vem chegando e, com ela, novos momentos. Novas decisões. Novos choros. E meu colo, sempre.

Leca Castro - 10/01/13

07/01/2013


Amor não é um sentimento banal que você chega, conhece alguém e pronto. Está amando. Amor é conquista. É de pouco a pouco. É quando vai te enchendo o peito e quando você acha que vai transbordar, basta praticá-lo um pouco e logo há mais espaço pra se encher de mais amor. Mas ninguém consegue amar sozinho por muito tempo. Ele é inesgotável, mas nós ainda somos imperfeitos e precisamos saber que enchemos outros corações também.

Quem diz fácil que ama deve estar confundindo amor com desejo, com satisfação, com alegria, com carência. E isso logo é revelado. Com o tempo, tudo isso, que ainda não é amor mas manifestações tímidas do que poderia ser amor, tudo isso vai se esgotando, vai minando, vai diminuindo. Amor é bem mais forte. Amor enfrenta dificuldades. Amor pensa no outro primeiro. Amor se anula. Amor não julga.

Por isso amor sozinho é roubada. Quando é recíproco, as dificuldades são enfrentadas mais facilmente, há alguém que deixa de lado a própria dor pra vir cuidar da sua, ou que abre mão de seu cansaço pra te dar um colo, e faz tudo isso apenas por amor. Sem questionar. Sem querer saber antes se você está certo ou errado. Isso fica pra depois, não é o importante no momento. Porque errar faz parte. Porque errar nos torna mais gente. Porque errar nos torna mais aptos a amar. Porque errar ensina a errar cada vez menos.

Não há como definir amor. Mas há como descrever as formas de amar. E se há egoísmo no meio, com certeza não é amor. Um é o oposto do outro. Olhar o próprio umbigo, a própria dor, o próprio problema sempre, e sempre em primeiro lugar, já era. Hoje analiso minhas falhas com quem eu amo. Sei exatamente onde errei e continuo errando. Isso é importante. Mas mais importante que isso é que se tenha a correspondência desse amor. Que o outro lado faça o mesmo e que se dispa da capa do orgulho. Que ambos os lados saibam o que significa ser altruísta na prática. Se o amor for grande e valer a pena, não há barreira nesse mundo que impeça o amor de acontecer.

Leca Castro - 07/01/13

06/01/2013


Tento me convencer de que sou uma pessoa melhor, simplesmente por enxergar com mais clareza meus erros. Entender toda a complexidade dos outros, fora de mim e da minha caverna. E respeitar isso.

Meus medos só se tornam mais fortes porque acredito neles. Eles fazem com que eu acredite que não tenho mais pra onde correr, apesar de sempre ter pra onde fugir.

Descobri que consigo afastar meus temores inventando mentiras. E elas se tornam meu álibis. Eu minto a minha dor.

Minha alienação de tudo e de todos toma conta e me faz voltar pra concha, levando comigo meus segredos e meus medos mais intrínsecos.

E ouço falar tanto em ser guerreira, em dar conta de tudo e de todos, em ser heroína, que cada uma dessas palavras me doem. Eu realmente tenho a vontade de carregar a dor de muitos, mas às vezes até os guerreiros precisam ser salvos. Preciso  acreditar que não são esses momentos ruins que definirão minha vida nem a felicidade que almejo. Preciso acreditar que acreditar ainda é o único caminho pra conviver. Pra amar. Sem medos. Sem mentiras. Sem dores.

Leca Castro - 06/01/13


04/01/2013


De fato, nada de valor vem muito fácil na vida. Principalmente quando se depende muito de outras pessoas para se realizar em determinadas situações específicas. O ideal é o famoso equilíbrio em relações, haja visto que não dá realmente pra crescer sem se relacionar. Não fomos feitos para sermos sós durante o caminhar. Mesmo que às vezes façamos essa opção, porém é de cada um bancar as consequências.

Mas na hora de tomar decisões, mesmo que outros nos ajudem a ver o que não conseguimos, cabe somente a nós a palavra final. E arcar com essa responsabilidade não é algo fácil pra quem tem valores morais já arraigados em si. E pra essas pessoas, a auto-cobrança é forte. Não aceitam o erro. Não sabem se perdoar. E recomeçar ou refazer um trajeto se torna mais doloroso do que se faz necessário. E essa vem sendo a grande dificuldade nossa: depender de si mesmo pra determinar rumos da própria vida. Pior... Uma decisão a nosso favor pode prejudicar outros. Nesse momento sim, o caminho é solitário. A decisão é só nossa.

E sabe o que fazemos com frequência? Nos enganamos. Empurramos  o quanto podemos esse momento. Protelamos. A gente se sabota o tempo todo. Não vemos que a vida só avança com os passos que damos e não com a idade que vai aumentando. E por isso não é fácil. Assim, cada conquista que temos é bem mais valorizada. Porque é real. Porque veio de dentro. Porque veio por merecimento.

E eu continuo escrevendo como se falasse de alguém ou pra alguém...

Leca Castro - 04/01/13

03/01/2013

Eu preciso de muito pouco pra mudar meu estado íntimo. Se alguém me estimula a rir e consegue me arrancar um sorriso, pronto. Naquele momento estou feliz. Se alguém tenta me derrubar, só pela tentativa já conseguiu. A decepção me derrubou. Se alguém que gosto está mal, não fico bem enquanto a pessoa também não ficar. Não me julguem por isso. Nunca soube controlar emoções, sempre perdi meus argumentos em uma briga, jamais vou querer ser diferente. Demorei muito tempo até me aceitar assim, desse jeito. Não que isso seja a melhor forma de viver e conviver, mas eu preciso me aceitar antes de querer promover mudanças. Ainda tento trabalhar minha razão, exercitá-la de várias formas, mas sei que é um trabalho que requer paciência e tempo. E pra você que diz que não me vê assim, que pareço ser assim ou assado, é que domino a arte das aparências. Ninguém precisa saber de mim ou me decifrar. Apenas tento ser para os outros aquela porção melhor que há dentro de mim. E essa porção não é falsa, ela existe. Só não sou assim por inteira. Sou porções de um todo. Sou pedaços de experiências. Sou feita de peças com e sem encaixes. Sou feita de cacos.

Leca Castro - 03/01/13

01/01/2013

A navalha da vida não é empunhada por uma pessoa. Os cortes que sofremos vem da gente mesmo, da nossa consciência. Quantas vezes levamos um tempo enorme até decidirmos por algo e no fim essa decisão não foi a melhor? Então temos duas alternativas: admitir o erro e tentar novamente ou deixar o orgulho sobrepor a tudo e continuar no erro. O complicado de tudo é que o caminho certo é o mais difícil na maioria das vezes. E o mais demorado. E solitário. Isso também pesa na hora da decisão. Não fomos treinados para enxergar o que acontece lá na frente. Não conseguimos ter fé. Acreditar que dias melhores chegarão. Somos imediatistas e queremos nos dar bem agora. Sentimos fome de felicidade, de alegria, de carinho, de atenção, de prazer, de resultados. Queremos tudo pra agora. Ou melhor, pra ontem, se assim fosse possível. E assim abraçamos prazeres efêmeros e resultados frágeis. Não construímos relações com bases fortes porque não damos tempo pra que se solidifiquem. E vamos vivendo em corda bamba, sem confiar, sem relaxar, sem acreditar. Somos seres tensos, arredios e predadores. Só não percebemos que a navalha que seguramos e assusta a todos que se aproximam, só fere a nós mesmos. Sem perceber, sangramos.

Leca Castro - 01/01/13

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