28/03/2013

E as pessoas não sabem direito da sua vida e logo concluem tudo que você diz da forma que melhor conseguem absorver. E raramente será real. E eu entendo isso, de verdade. Mas nem se eu tentar explicar vou conseguir realmente mostrar publicamente como me sinto. Talvez pra uma pessoa ou outra, mas nem sei se quero ser entendida a esse ponto. Ter que me explicar pressupõe que terei que me entender antes e isso é algo que me assusta. Sei o que penso e o que sinto, mas a forma como conduzo essa parceria ainda é precária e não tenho tido muito sucesso em manter um equilíbrio entre essas duas asas. E esse desgaste me come por dentro, me deixa sem forças, me arrasa. Sou eu mesma que me canso. Eu penso tanto e brigo tanto contra meu coração que preciso sair juntando pedaços que ficaram por onde passei. Sim, sou toda remendada. E alguns retalhos já estão velhos e pedindo refazimento, mas acho que preciso é de um coração novo, um transplante talvez. São tantas cicatrizes que não há mais espaço pra refazer costuras. Bem que cada pedaço podia representar uma pessoa que tenha passado por mim, mas não. São vários cacos da mesma pessoa e deve ser isso que me deixa assim, fraca... indisposta... desanimada... não quero mais remendos. Quero que minhas marcas se regenerem. Ou que ao menos deixem de doer. Preciso respirar sem que encher o pulmão me custe tanto. Preciso de mais vida em minha vida. Preciso viver...

Leca Castro - 28/03/13

27/03/2013

Nestes laços e espasmos
Contraem-se os pericárdios
Tão saudativos e apressados
Correm por medo infestados
E desmaiam-se de cansaços

Na lembrança dos tempos
Na saudade dos diálogos 
E dos amores contrários
Dialogam-se convidativos 
Pois, pela distância reprimidos

Exalam-se fortemente exaustos
Saciam-se com pães requentados
E são pelas palavras relembrados
E por elas também são esquecidos
Pois ficam somente os verdadeiros

Gabryel Cordeiro

24/03/2013


Por que justamente no momento em que tenho menos condição, menos força, é quando mais a vida exige de mim? Que propósito é esse de ser testada de forma tão intensa e sem trégua? Se fosse em determinados momentos, mas não... Tornou-se constante. A necessidade de fazer coisas que não são diretamente pra mim vem acontecendo todos os dias, várias vezes ao dia. Nunca me importei em me anular ou deixar meus problemas de lado pra resolver problemas fora de mim. Mas me sinto acumular. E não ando conseguindo me salvar de mim mesma. 

Seria uma forma de testar meus limites? Pois tem dias que sinto que eles foram ultrapassados. E se não faço tudo que venho fazendo? Fico péssima e acho pior que o esgotamento físico e emocional. Mas pela primeira vez em anos, e de forma clara e consciente, admito: estou perdida. Ando me perdendo. Passei a não fazer sentido. E não faço mais sentido por sentir demais...

Leca Castro - 24/03/13

20/03/2013


Venho me sentindo deslocada desse mundo, alheia a mim mesma até. Me sinto no limite das forças que ainda tenho ou então deixei esse limite pra trás enquanto caminhei até aqui. Sei que não sou fraca, mas é assim que estou. Cansei de fingir que estou bem, de digitar risos, de responder "tudo bem, e você?". Cansei. Esgotei. Não suporto mais ser julgada e analisada por pessoas que deposito confiança e que na hora que preciso, só demonstram que mal me conhecem. Sou muito mais que aparento, mais que palavras que digito, mais que sentimentos que demonstro. Porque o que sinto realmente, mal sei demonstrar. De tanto ser sincera e dizer o que brota fácil do coração, penso que passei a ser algo parecido com clichê. Tantas pessoas mentem com facilidade que vejo me colocarem no mesmo barco. Não sou clichê. Quando eu digo que amo, eu amo. E não me diga pra não amar, que não terei amor de volta porque se eu precisasse que fosse assim mesmo, não seria amor. Não quero amar pra ser amada. Quero amar porque isso me preenche. Não há esvaziamento no amor. A úncia coisa que preciso é de confiança, é de gente que se coloque no meu lugar por um momento, num instante de crise e saiba enxergar o que me acontece, o motivo de algumas palavras e atitudes. Querer que eu seja perfeita chega a ser irônico. Só quero gente que seja menos egoísta, que consiga ver a mim além de si mesmo. Gente que consegue engolir o orgulho por um instante e estender a mão. É o que tento fazer com quem deposita confiança em mim. E não digam que quero muito, porque não é muito. Ou melhor, é muito pouco. Demonstrações de carinho e afeto são coisas mínimas pra se conviver com quem amamos. E fazer isso num dia bom é fácil... mas na hora de enxugar uma lágrima, cadê? E assim, cada um vai pro seu canto, chora seu pranto, tem seus motivos, e todo o resto que se dane. Aparências vão prevalecendo, conclusões vão sendo feitas e enganos bestas destroem possibilidades lindas. E isso cansa. Erros iguais sempre, cansam. Preciso urgente de gente.

Leca Castro - 20/03/13

12/03/2013


Me sinto pouca... me sinto quase nada. O dia termina e fico com a sensação de que, mesmo tendo produzido por horas, mesmo sem ter tido tempo de gastar meia hora do almoço, mesmo com pouco tempo pra uso próprio, ando valendo muito pouco no mercado da vida. Não tenho sossego em achar que fiz tudo que podia. Sempre acho que rendi quase nada. Sempre me sinto em falta. Sempre me sinto vazia. Ou cheia de espaços. Mentira. Ultimamente não consigo mais me sentir. Não sobra tempo, não sobra espaço, não me sobra. Me sinto insuficiente. Me sinto em falta. Não me sinto. E ninguém mais me sente.

Me sinto pouca... me sinto tão pouco!

Leca Castro - 12/03/13

11/03/2013

Tem dias que tudo que mais quero é ficar quieta, bem quieta. É uma tempestade tão grande de emoções que não sei bem pra que lado ir, me sinto sem rumo. Sempre fui assim, dominada pelo que sinto. Fico cega, não enxergo o melhor caminho e, às vezes, não enxergo caminho algum. Por isso, nesses dias, tudo que mais quero é ficar quieta, pra ver se tudo se aquieta aqui dentro também.

Leca Castro - 11/03/13

04/03/2013


Não sou honesta. Faço uso de pequenas mentiras todos os dias. O dia todo. Uso a mentira como armadura, assim ninguém consegue me ferir. Crio um mundo imaginário onde acontecem coisas boas. Onde sou uma pessoa interessante. Onde o meu sorriso convence. Onde a mentira vira verdade. E onde ninguém acredita no que é real. Porque a realidade machuca, fere. A realidade é verdadeira.

Não sou honesta. Minto pra mim. Minto em mim. A única verdade que sai de mim escorre pelos olhos. E volto a sorrir.

Leca Castro - 04/03/13

RSS Feed Siga-me no Twitter!