29/04/2013


Eu me perdi... Em algum momento que passou, eu me perdi. Não foi a primeira vez, mas essa vem sendo a mais difícil. Estou demorando demais pra me achar, me encontrar, me reencontrar. E admito que ando com medo do que vai acontecer e em que estado vou aparecer pra mim.

As coisas desandaram, eu perdi o controle, eu não me equilibro mais na corda bamba. Agir sem pesar consequências não é o que faz parte de mim, mas me vejo fazendo isso e vejo pessoas machucadas com isso. Não quero ser assim, não quero me desgostar, preciso ser melhor. Eu já fui.

Houve uma época em que pessoas gostavam da minha companhia, sentiam falta, se sentiam bem. Isso me mantinha aquecida. E hoje me sinto gelo, e seca. Gelo seco. Muita fumaça. Talvez por isso não me encontre...

Não consigo me encontrar, não consigo ordenar meus pensamentos, não consigo controlar os sentimentos. E não conseguir também não faz parte de mim. Então, cadê eu? Quem é essa? Quem sou eu?

Eu me perdi, em algum momento. Eu me afoguei. Eu sempre soube nadar, e quando precisei, também soube desafogar. Não sei mais. Preciso respirar de novo... preciso ser salva. Não sinto o ar. Não vejo a luz. E ninguém pra me salvar.

Leca Castro - 29/04/13

05/04/2013

Essa secura que a vida vai deixando em minha boca, faz com que eu seque mais ainda. Tudo parece mais amargo e sem sabor. E independente de acreditar ou não em destino, a vida sempre vai surpreender. A mim e a você. O que nos cabe é aproveitar as surpresas boas e não multiplicar as ruins. Porque tem dias que elas parecem muito maiores do que realmente são. Um cisco no olho pode virar uma pedra em minha visão ou pode me fazer fechar os olhos, ou pode ainda ir embora com uma lágrima. Mas ainda assim será um cisco. Da mesma forma que um sorriso pode virar um acolhimento, um colo ou um sarcasmo. Também ainda assim será apenas um sorriso. Tudo que aparece acaba sendo neutro e o que faz esse tudo mudar é o enfoque que damos. E é isso... preciso aprender a tratar um cisco como cisco e acatar um sorriso como um sorriso. Hora de entender que mais importante que a intenção de um gesto é a minha forma de receber o gesto. Hora de despir os escudos. Hora de desarmar... chega de desamor.

Leca Castro - 05/04/13

03/04/2013


A vida me cobra... como cobra de qualquer um. E eu gosto da teoria que diz que quanto mais a vida exige é porque mais tenho condição de enfrentar o que ela me traz. Aliás, é bem melhor essa teoria do que a de achar que sofro de acordo com o que já fiz sofrer. E não... não estou dizendo que concordo ou acho certo ou qualquer outra coisa. Apenas disse que é algo que agrada mais, sendo verdade ou não. Estou apenas conversando comigo mesma através do teclado.

O que eu faria hoje, agora, em relação às pedras que começam a despencar do nada? Ah... Faria coisas diferentes porque as pedras são diferentes. Umas eu consigo carregar, mas outras, não consigo nem afastar do caminho de tão pesadas que são. E acabam por atrapalhar o caminho de outras pessoas também que estão por vir. Essas são as pedras complicadas. Mas o pior mesmo são as pessoas que aparecem e se tornam pedras na nossa vida. Como se livrar de gente? Eu não sou boa pra isso, nunca fui. Nunca soube nem dizer "não" a diversas situações, quanto mais a afastar alguém.

O problema é que hoje olho minha estrada e vejo tanta pedra que não consegui transpor ou deixar, que às vezes me perco em meio a elas. Eu não sei o que fazer... Eu não sei como continuar com todo esse peso. Eu não sei me livrar do peso. Eu só sei que não quero mais, que não posso mais. Se eu não continuar a caminhar sinto que vou atrofiar. Nunca fiquei tanto tempo sem conseguir. E eu preciso seguir adiante...

Já caí várias vezes, mas já levantei tantas vezes também. E não estou no chão agora. Estou de pé. Só não consigo caminhar. A cada passo, aparece mais uma pedra que me faz recuar. Só vejo pedras ao meu redor e elas obscurecem minha visão, não enxergo a direção certa. Tenho medo. E então fico parada, quieta... E pela primeira vez na vida espero alguém que passe por mim, estenda a mão e me convide a caminhar junto. Não consigo mais correr riscos. E vou ficando à beira do caminho... à beira de mim mesma.

Leca Castro - 03/04/13

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