03/10/2022

Não deve ser minha primeira postagem falando sobre preguiça, mas é o que vem me consumindo ultimamente. Confesso que às vezes ela se confunde com desânimo, e outras vezes, uma leva à outra, mas o fato é que a vontade de 'não fazer' é forte.

E abro um parágrafo pra dizer que não falo apenas de algo físico, mas emocional principalmente. Preguiça de socializar porque as pessoas estão cada vez mais difíceis de lidar. Muita discussão sem foco, muita picuinha por muito pouco, muita gente brigando pra ser a pessoa que tem a razão da discussão e pouca gente preocupado em ser feliz ou deixar o outro feliz. 

E esses olhares para os próprios umbigos, como se vivêssemos em bolhas individuais, são cansativos. Não fico mais provando ponto de vista nem tentando convencer ninguém de nada, até porque eu também posso estar errada, mas é aí que bate a preguiça e/ou o desânimo. 

"Ah, por que você não se dedica com mais afinco aos amigos?", ou "por que você não faz mais amizades?", ou até "você ainda é nova, faz quanto tempo que não namora?". Se eu realmente fosse parar pra responder essas perguntas, seria filosofar demais pra quem só está enxergando o raso. Só de pensar em novas relações vem a preguiça, de ter que pensar no meu meio século de vida e deixar essas pessoas novas na minha vida me conhecerem, ter que contar e me recontar, me mostrar... não tenho o que esconder ou bloqueios. Uma coisa ou outra pode me emocionar, mas nunca fui fechada, não tenho esse ponto para trabalhar, mas fazer isso hoje é desanimador. E ainda corro o risco dessa pessoa não querer ficar.

E estou nessa fase... quase ninguém chega, mesmo com a porta aberta, porque a preguiça não me deixa ir lá e receber a nova visita.

Leca Castro - 03/10/2022

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