Sentir ausências não é estar só. Não é ter falta de pessoas ao seu redor. É mais que isso. E menos também. Sentir ausências tem relação direta com perdas.
Pessoas passam por nós e isso é normal e corriqueiro. De vez em quando alguma fica. Fica e finca raízes, às vezes profundas. E quando partem deixam a marca, um espaço, um buraco. É a falta. É a ausência.
Umas partem por opção, e você sofre por ter investido, acreditado. Outras partem por falta de opção. Aí o sofrimento fica inconformado. E assim você vai vivendo, entre perdas e alguns poucos ganhos.
Quando se perde alguém para a morte, há a dor e o luto. E nada pode ser feito, portanto, nada de esperanças. Só a dor do buraco das raízes que um dia estiveram ali, sólidas. Mas quando se perde alguém para a vida e em vida... não há luto. Há revolta, raiva, rancor, mágoa, tristeza, arrependimento, e mais uma infinidade de sentimentos que se confundem e se misturam.
Hoje não sei exatamente quais sentimentos me tomam e em quais intensidades. Alguns me domam, como a carência misturada com a ausência. Quem dará conta de mim agora? Quem me ajudará a ser eu mesma quando escorregar do caminho sem perceber? Quem me dará um colo? Quero dormir, mas dormir muito. Talvez por dias e acordar com os fatos já diferentes. Quero atenção e quero que me esqueçam. Quero abraços mas também quero um tapa. Quero sentir. Quero me sentir. Sinto frio...
Leca Castro - 25/06/13
Pessoas passam por nós e isso é normal e corriqueiro. De vez em quando alguma fica. Fica e finca raízes, às vezes profundas. E quando partem deixam a marca, um espaço, um buraco. É a falta. É a ausência.
Umas partem por opção, e você sofre por ter investido, acreditado. Outras partem por falta de opção. Aí o sofrimento fica inconformado. E assim você vai vivendo, entre perdas e alguns poucos ganhos.
Quando se perde alguém para a morte, há a dor e o luto. E nada pode ser feito, portanto, nada de esperanças. Só a dor do buraco das raízes que um dia estiveram ali, sólidas. Mas quando se perde alguém para a vida e em vida... não há luto. Há revolta, raiva, rancor, mágoa, tristeza, arrependimento, e mais uma infinidade de sentimentos que se confundem e se misturam.
Hoje não sei exatamente quais sentimentos me tomam e em quais intensidades. Alguns me domam, como a carência misturada com a ausência. Quem dará conta de mim agora? Quem me ajudará a ser eu mesma quando escorregar do caminho sem perceber? Quem me dará um colo? Quero dormir, mas dormir muito. Talvez por dias e acordar com os fatos já diferentes. Quero atenção e quero que me esqueçam. Quero abraços mas também quero um tapa. Quero sentir. Quero me sentir. Sinto frio...
Leca Castro - 25/06/13