Nostalgia de tempos bons... sempre me pergunto porque dou tanto espaço pra sentir isso se é algo que não voltará. Mas é tão bom relembrar momentos bons... Relembrar que nem sempre tudo foi negrume. E bate aquela vontade de chorar pelo que escapou ou pelo que se foi mesmo. Pelo que não tem volta. Por aqueles que me fizeram acreditar que seria pra sempre. Eu era tola... mas eu me preenchia. Hoje sou vazia. E acho que ainda tola.
Outro tema sugerido para a Blogagem Coletiva do Blogs Up foi música. Resolvi então fazer uma pequena playlist de músicas meio que desconhecidas para a maioria dos leitores desse blog. Músicas que são mais da minha adolescência e são daqui de Minas. Apresento a vocês alguns trabalhos legais do Clube da Esquina.
Aqui Flávio Venturini faz um paralelo entre moço/estrada, homem/sonhos, passo/aço. Flávio fez parte do grupo 14 BIS que ainda existe.
Clube da esquina II
Essa me toca de forma indescritível. Milton Nascimento e Flávio Venturini cantam e palavras como nasce, arde, sede... me matam.
Música Nascente
Sem ter você... Uma das primeiras que aprendi a tocar no violão.
Quando Te Vi - Beto Guedes
Medo de amar... não rriscar. Beto Guedes define o medo de amar de uma forma que me faz pensar sempre, até hoje.
O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre - Beto Guedes
Além de ser uma música gostosa de ouvir e dançar, mexe comigo quando diz "fazendo acontecer"
Quem sabe isso quer dizer amor - canta Milton Nascimento
Ao ouvir reflito no "coisas por dizer". Lô ainda tem o dom.
O Trem Azul - Lô Borges
Aproveitando o Lô, mais uma dele. Pó... madrugada... um convite!
Nuvem Cigana - Lô Borges
Milton dá um show nesse vídeo onde ele se apresenta em Montreal. O que era negro anoiteceu (e que falsete!)
San Vicente - Milton Nascimento
E aqui uma interpretação do 14 Bis. Temer apenas o correr da luta...
Caçador de Mim
Queria, devia, podia, consegue. Palavras que me tocam nessa música pelo significado que possuem no contexto.
Tudo Que Você Podia Ser - Lô Borges
Espero que tenham curtido. Música faz parte de mim e o repertório que gosto é mais antigo mesmo. O Clube da Esquina é fantástico, vale à pena conhecer. Deixo, abaixo, algumas palavras sobre esse pessoal:
"É uma pena que o mundo hoje sofra dessa miopia muito grande, de não enxergar muita coisa além de três palmos à frente do nariz, só o espalhafato, só o exagero, só a presepada. A gente está condicionando muito o nosso olhar para isso e conseqüentemente, não reconhecemos as sutilezas, as metáforas. E o Clube é cheio disso, cara."
(Samuel Rosa)
"Dizem que o Clube é do mundo. Ele saiu daqui para o mundo, realmente. Ele primeiro trouxe pra dentro pra depois levar de novo."
(Cláudio Venturini)
Hoje meu pai completa 73 anos de vida (nessa vida) e pensei em escrever algo sobre isso. Sobre ser pai, sobre 73 anos, sobre aniversário, sobre tudo que envolve a atmosfera do meu dia.
Ele precisou viajar e não estaremos juntos fisicamente hoje, mas não paro de pensar o quanto 73 é um número grande. Apesar dele estar bem, se cuidando, ser ativo, não acredito que chegarei nessa idade. E se chegar, com certeza estarei bem acabada, sendo muito sincera. A doença me envelhece...
Meu pai é sistemático, cheio de regras, (administrador, né?) e todo mandão. Sempre foi assim. Mas de vez em quando ele dá uma amolecida, assim como todos nós aqui em casa. Soube ser exemplo quando eu era criança, adolescente e adulta. Sabe ser avô e pai ao mesmo tempo pra minha filha. Sabe ser marido.
Eu não curto muito aniversários, mas ele gosta. Já recebeu mil felicitações hoje (ainda são 11h00) e fica todo prosa. Então meu pai, que Deus lhe conceda mais tempo de vida entre a gente, saúde, e muitos momentos como os de hoje, que te deixem feliz. Amo você!
Um dos temas sugeridos do projeto Blogagem Coletiva, do grupo Blogs Up, foi "Liberdade". Achei bem pertinente e resolvi escrever a respeito.
Muito se fala e pouco se faz quando a questão é liberdade. Eu poderia discorrer aqui da concepção dos jovens, ou da liberdade política, ou das várias frentes de protesto sobre os mais diversos assuntos. Mas quero mesmo é falar da liberdade no geral.
A liberdade não é algo que você nasce com ela, ou que por viver em um país democrático já a possui automaticamente. Ela precisa ser conquistada. O pai precisa confiar no filho, o chefe precisa conhecer seu trabalho, o professor precisa saber do seu rendimento, e por aí vai.
Por isso muitos a confundem com libertinagem. Por isso temos mulheres desfilando praticamente nuas em um protesto com cartazes dizendo que o corpo é delas e que ninguém tasca. Oras... claro que a ocasião faz o ladrão. Um erro não justifica o outro, mas liberdade não é isso.
Liberdade é você poder fazer escolhas, mas se responsabilizar por elas. Não é sair por aí fazendo o que der na telha. É preciso não ocupar o espaço do outro, que também tem liberdade. É alçar voo até onde suas asas aguentarem, mas saber controlar a descida pra não se esborrachar no chão.
Seja livre. Ajude o outro a ser livre também. Faça suas escolhas e aprenda a viver com as consequências delas. E durante esse processo de ser livre, liberte sua alma do que te prende. Seja livre de corpo e alma.
Em minhas reflexões noturnas fiquei pensando nesse período conturbado do carnaval e no quanto a nossa vida segue também esse rumo conturbado às vezes. As coisas são simples mas enxergamos tudo com dificuldade e como se existissem mil barreiras em tudo e pra tudo.
Eu digo que são simples porque, como já dizia Aristóteles muito antes de Cristo, "devemos tratar os amigos como desejamos que eles nos tratem." E aí me deparo com a questão do "fazer o bem" e vejo que é a única forma de não sermos egoístas e da nossa vida caminhar.
Todas as vezes que temos a chance de fazer o bem, deixamos de fazer disso uma escolha. Passa a ser uma responsabilidade. Se deixamos a oportunidade passar, voltamos pro nosso mundinho, encolhidos achando a vida difícil e complicada demais.
Ninguém deve julgar ninguém, cada um tem o peso que dá aos seus problemas e a maioria de nós transforma a dor em sofrimento. Não importa. O que realmente importa é que sejamos maiores que nosso sofrimento. Se nós não dermos conta dele, o sofrimento nos domina. Isso vira um processo complicado, que vira um ciclo, que vira um poço fundo.
Mas quando "guardamos nossa dor no bolso pra cuidar da dor do outro", como dizia Lispector, é como se nosso sofrimento tomasse uma proporção menor. É como se o poço ficasse menos fundo. É quando vemos que nada é tão complicado quanto imaginamos. A vida é simples. O viver é que é complicado.
A sensação de solidão deixa de ser sensação e passa a ser real quando você desperta para o fato de agir em mão única. É ruim demais você se doar e ficar no vácuo. Você pede, não... você implora pra que aquele vácuo leve embora tudo que você fez e não deixe rastro.
Já me senti fazendo esse papel de boba, de trouxa, inúmeras vezes. Já derramei lágrimas por isso praticamente sempre. Mas o fato é que não consigo ver pessoas que amo passando por dificuldades e ficar quieta no meu canto. Acho horrível ser omissa nesses momentos.
E aí, quem acaba sofrendo a omissão sou eu. Nada de retorno, nada de um "ok, recebido, câmbio." Reclamar disso fica parecendo cobrança, daquelas que a gente faz quando quer que o outro valorize nosso ato ou faça o mesmo conosco. Mas não... aqui é apenas um desabafo.
Há 5 anos venho aprendendo a não cobrar mais nada de ninguém, apenas de mim mesma. Cobro dignidade, cobro respeito, cobro amor. Se eu não exigir isso de mim, como ir adiante? Como ficar de pé? E assim o tempo vai passando, ou se esgotando, mesmo com a solidão deixando de ser sensação e passando a ser companheira. A única.
Sou muito observadora quanto ao que escrevem em redes sociais. Claro que nem tudo condiz com a realidade, mas eu digo sobre sentimentos e o que se pensam sobre determinados assuntos. E vejo pessoas falando, falando, enchendo o peito pra gritar em palavras sobre os erros dos outros e nem percebem que o que enxergam é apenas um reflexo do que são.
Julgar e apontar os erros é muito fácil. Se assumir é outra história. Então, não reclame se alguém diminuiu o contato com você. Pode ser que você tenha feito isso antes da própria pessoa. Não determine o que uma palavra significa pro outro, pode ser que vocês tenham teorias diferentes sobre determinados assuntos, baseados em experiências pessoais diferentes. Não condene o desamor, porque amar sozinho pode ser mais sofrido do que não amar.
Julgamento é algo complicado porque não estamos dentro do outro pra saber o que ele sente e pensa em suas profundezas. Na grande maioria das vezes só vemos o raso. E mergulhar no raso é perigoso. Procure por pessoas profundas. E aí, não julgue, não condene, apenas respeite... e mergulhe.
Antes eu era abordada, logo cedo, pra saber se estava tudo bem, como tinha sido minha noite, etc. Eu tinha pessoas que preocupavam comigo de verdade. Pelo menos eu achava isso. Hoje ainda tenho, principalmente minha filha, mas a ilusão quanto aos mais distantes, passa.
A verdade é que as pessoas vão mudando com o tempo e vão se ocupando com outras coisas e, aos poucos, você percebe que já não faz mais parte daquele mundo. No início isso dói. Depois você aceita que faz parte da roda da vida, da roda viva do Chico, e vai aceitando.
E isso deve ser bom. Eu que ainda não aprendi a tirar o proveito certo da situação. Mas deve ser bom. Faz parte da evolução de cada um e cada um que já me tocou, que já me amou, que já me conheceu e também quem nunca soube da minha existência... cada um merece o que existe de melhor pra si. Inclusive eu mesma.
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