A efemeridade se mostra presente todas as vezes que revisitas acontecem em mim. Aquele momento importante, que tanto me machucou, que chorei por muito tempo, que fiquei ansiosa e agoniada... passou. E depois que passa fica a sensação de "nossa... será que não exacerbei aquele instante?". E nunca sei a resposta a essa pergunta.
Talvez viver intensamente cada momento seja um erro. Talvez não seja. E na dúvida, resolvo experimentar cada instante importante da forma mais natural possível e deixar a análise para depois. E isso é o processo de se conhecer, sabe? Você pensa e sente, depois você analisa como isso aconteceu por dentro. E sempre que novas situações aparecerem e esse processo se repetir, as reações vão ficando mais claras, até que algumas se tornam óbvias, e chega um instante em que você percebe que tal reação não condiz com o que acredita e confia ser o melhor.
Então... nesse momento começa outro processo, o que você vai se auto-transformando, se lapidando. E você cresce. Se torna maior do que antes, com uma visão mais ampla do todo, num contexto maior que antes. E você enxerga melhor... e esse crescimento é conquista, ou seja, não se perde. É você. Essas transformações são os impulsos que precisamos pra continuar, pra permanecer. E não são efêmeras, são perenes.
Leca Castro - 28/09/22