O sábio nunca se assume sábio, porque sabe, pela sua sapiência, que ainda tem muito que aprender.
O arrogante, por sua vez, arrota que muito sabe e que a verdade é a coisa mais óbvia de sua vida. Mas no fundo vive apavorado de ser pego e atormentado pela dúvida em saber que pode ser descoberto.
E os que não são sábios ou arrogantes, orbitam um deles. E é assim que vejo as pessoas hoje, mascaradas por perfis midiáticos, escondidas de suas reais características, porque a internet nos dotou dessa facilidade: a máscara.
Qual o foco, o ponto lá na frente, o lugar que se quer chegar, com tanta discussão? Com tanto empenho em se mostrar certo? É tão errado assim errar?
E essa rotina desgastante vem me afastando do momento, da mídia, da rua, das pessoas. Ver lutas vãs minam o que ainda me resta de fé nos outros, e enfraquece a fé em mim mesma. E com a fé fragilizada fica difícil ficar de pé, erguida, pronta.
Gosto de ser frágil quando isso me leva a me despir frente a quem amo, me mostrar como sou, sem receio de ser julgada ou lida em outro idioma. Mas me fragilizar por falta de forças, por me sentir só, por ser traída em ideais, isso sim é triste.
Saudades de acreditar, de me sentir fazendo a diferença, de socializar com sorrisos mas também com lágrimas, de ser peça importante na construção de uma história, seja ela qual for. Saudades de ser forte... Porque hoje todos somos muito frágeis, mesmo com cascas à mostra.
Leca Castro - 08/10/2022