08/10/2022

O sábio nunca se assume sábio, porque sabe, pela sua sapiência, que ainda tem muito que aprender. 

O arrogante, por sua vez, arrota que muito sabe e que a verdade é a coisa mais óbvia de sua vida. Mas no fundo vive apavorado de ser pego e atormentado pela dúvida em saber que pode ser descoberto.

E os que não são sábios ou arrogantes, orbitam um deles. E é assim que vejo as pessoas hoje, mascaradas por perfis midiáticos, escondidas de suas reais características, porque a internet nos dotou dessa facilidade: a máscara. 

Qual o foco, o ponto lá na frente, o lugar que se quer chegar, com tanta discussão? Com tanto empenho em se mostrar certo? É tão errado assim errar? 

E essa rotina desgastante vem me afastando do momento, da mídia, da rua, das pessoas. Ver lutas vãs minam o que ainda me resta de fé nos outros, e enfraquece a fé em mim mesma. E com a fé fragilizada fica difícil ficar de pé, erguida, pronta. 

Gosto de ser frágil quando isso me leva a me despir frente a quem amo, me mostrar como sou, sem receio de ser julgada ou lida em outro idioma. Mas me fragilizar por falta de forças, por me sentir só, por ser traída em ideais, isso sim é triste. 

Saudades de acreditar, de me sentir fazendo a diferença, de socializar com sorrisos mas também com lágrimas, de ser peça importante na construção de uma história, seja ela qual for. Saudades de ser forte... Porque hoje todos somos muito frágeis, mesmo com cascas à mostra.

Leca Castro - 08/10/2022

03/10/2022

Não deve ser minha primeira postagem falando sobre preguiça, mas é o que vem me consumindo ultimamente. Confesso que às vezes ela se confunde com desânimo, e outras vezes, uma leva à outra, mas o fato é que a vontade de 'não fazer' é forte.

E abro um parágrafo pra dizer que não falo apenas de algo físico, mas emocional principalmente. Preguiça de socializar porque as pessoas estão cada vez mais difíceis de lidar. Muita discussão sem foco, muita picuinha por muito pouco, muita gente brigando pra ser a pessoa que tem a razão da discussão e pouca gente preocupado em ser feliz ou deixar o outro feliz. 

E esses olhares para os próprios umbigos, como se vivêssemos em bolhas individuais, são cansativos. Não fico mais provando ponto de vista nem tentando convencer ninguém de nada, até porque eu também posso estar errada, mas é aí que bate a preguiça e/ou o desânimo. 

"Ah, por que você não se dedica com mais afinco aos amigos?", ou "por que você não faz mais amizades?", ou até "você ainda é nova, faz quanto tempo que não namora?". Se eu realmente fosse parar pra responder essas perguntas, seria filosofar demais pra quem só está enxergando o raso. Só de pensar em novas relações vem a preguiça, de ter que pensar no meu meio século de vida e deixar essas pessoas novas na minha vida me conhecerem, ter que contar e me recontar, me mostrar... não tenho o que esconder ou bloqueios. Uma coisa ou outra pode me emocionar, mas nunca fui fechada, não tenho esse ponto para trabalhar, mas fazer isso hoje é desanimador. E ainda corro o risco dessa pessoa não querer ficar.

E estou nessa fase... quase ninguém chega, mesmo com a porta aberta, porque a preguiça não me deixa ir lá e receber a nova visita.

Leca Castro - 03/10/2022

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