14/01/2013


Quando vejo a vida de outras pessoas consigo perceber o quanto vivo uma fase egoísta demais. Quando vivo junto da vida de outras pessoas consigo entender que ninguém foi feito pra se isolar do mundo. Quando convivo de perto com outras pessoas consigo saborear a maravilha que é a complexidade da vida. Nossas diferenças, na verdade, não nos subtraem das pessoas. Se soubermos usar isso a nosso favor, passaremos a ser soma. Pois é através do jeito diferente de pensar e viver a vida é que vamos aprendendo a respeitar, a entender propósitos, a reavaliar conceitos e condições.

Eu gosto de ser só. Talvez até tenha sido uma opção defensiva, mas eu gosto de ficar sozinha. Mas quanto a sentir solidão, essa eu já sentia mesmo quando era rodeada de gente. E a solidão é que vai matando. Vai minando. É uma sensação pior que a certeza de ter sido esquecida. É quando palavras de outros não te convencem. É quando o amor do outro não te preenche. É quando o vazio se enche de mais vazio.

Por isso ter olhos para ver os problemas alheios passa a ser uma salvação paradoxal. Não diminui meus problemas, mas não me sinto uma única pessoa com problemas. Ver de perto o problema do outro é diferente de saber dele que tem problemas. E assim meu vazio vai esvaziando e ficar só volta a ser prazeroso. Porque posso ser só, mas ainda não me permito ter apenas vazios pra oferecer. Sou solitária, mas não sou feita apenas de solidão.

Leca Castro - 14/01/13

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