07/08/2013

Eu queria ser forte... Eu queria ao menos conseguir fingir que sou forte. Deixar algumas pessoas perceberem minhas fraquezas é ficar vulnerável. É achar que farão uso disso em momentos críticos, até que esse uso vire abuso. E no fim, o que sobra? Eu. E um vazio.  

E é esse vazio que me enfraquece. É saber que não existe alguém capaz de se doar a mim. Capaz de se anular por mim. Capaz de perceber o vazio e ter vontade de preenchê-lo.

E só dá pra saber que esse vazio existe porque um dia ele não existiu. Ele nunca me fez falta. Nunca foi companhia. E apesar de hoje ser ele que me acompanha, sua presença não me preenche. Porque ele é um vazio...  

Cada pessoa que entra ocupa um espaço, mas cada uma que sai deixa o espaço que ocupou mais um buraco. E é esse buraco que dói, que me faz cair, que me segura em seu leito. Se não é fácil levantar dele, quanto mais sair. E quando finalmente levanto pra tentar enxergar adiante, vejo mais buracos. Então me olho e vejo vazios imensos. Tantos vazios quanto as pessoas que já passaram.

E sei que cada um que hoje permanece, bem poucos, vão deixar buracos maiores. Eu já sinto a falta por antecipação. E não, não é pessimismo. É apenas experiência. Quem dera eu me surpreendesse... Mas faltam-me forças. Não sei mais como é ser forte. Não quero mais ser forte. Quero desabar. Quero ficar nos buracos em mim. Quero me soterrar.

Leca Castro - 07/08/13

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