Amor não é um sentimento banal que você chega, conhece alguém e pronto. Está amando. Amor é conquista. É de pouco a pouco. É quando vai te enchendo o peito e quando você acha que vai transbordar, basta praticá-lo um pouco e logo há mais espaço pra se encher de mais amor. Mas ninguém consegue amar sozinho por muito tempo. Ele é inesgotável, mas nós ainda somos imperfeitos e precisamos saber que enchemos outros corações também.
Quem diz fácil que ama deve estar confundindo amor com desejo, com satisfação, com alegria, com carência. E isso logo é revelado. Com o tempo, tudo isso, que ainda não é amor mas manifestações tímidas do que poderia ser amor, tudo isso vai se esgotando, vai minando, vai diminuindo. Amor é bem mais forte. Amor enfrenta dificuldades. Amor pensa no outro primeiro. Amor se anula. Amor não julga.
Por isso amor sozinho é roubada. Quando é recíproco, as dificuldades são enfrentadas mais facilmente, há alguém que deixa de lado a própria dor pra vir cuidar da sua, ou que abre mão de seu cansaço pra te dar um colo, e faz tudo isso apenas por amor. Sem questionar. Sem querer saber antes se você está certo ou errado. Isso fica pra depois, não é o importante no momento. Porque errar faz parte. Porque errar nos torna mais gente. Porque errar nos torna mais aptos a amar. Porque errar ensina a errar cada vez menos.
Não há como definir amor. Mas há como descrever as formas de amar. E se há egoísmo no meio, com certeza não é amor. Um é o oposto do outro. Olhar o próprio umbigo, a própria dor, o próprio problema sempre, e sempre em primeiro lugar, já era. Hoje analiso minhas falhas com quem eu amo. Sei exatamente onde errei e continuo errando. Isso é importante. Mas mais importante que isso é que se tenha a correspondência desse amor. Que o outro lado faça o mesmo e que se dispa da capa do orgulho. Que ambos os lados saibam o que significa ser altruísta na prática. Se o amor for grande e valer a pena, não há barreira nesse mundo que impeça o amor de acontecer.
Leca Castro - 07/01/13