Eu não consigo tirar de mim essa sensação de abandono. Depois de tantas cirurgias, tromboses, dores, outras doenças, vivo rodeada de gente. Tem pessoas que se oferecem pra estar junto, que rezam por mim, que emitem vibrações boas pra mim, que me dão palavras fortes de consolo, mas eu ainda me sinto só. E hoje, ao pensar muito nisso durante a madrugada, entendi que não abro minhas dores pra ninguém. Por isso a solidão, por não compartilhar. E quando falo a respeito, minimizo bastante. É que prefiro assim... e me surpreendi pensando que prefiro assim por ter me escancarado demais em vezes anteriores e não receber apoio. Não ouvir palavras de conforto. Não ter um colo ao meu dispor. Não ter um abraço que me acolha e me deixe chorar o tempo que for necessário. Foi essa fase da minha vida que fez com que eu me endurecesse. Eu tenho medo do não. Eu tenho pânico de rejeição. Eu me encolho só de pensar que não serei compreendida novamente. Então é por isso que me sinto só e abandonada. Por medo. Por opção. Por experiência. Chega a madrugada e penso, penso... e me sinto um rato de laboratório que leva choque sempre que tenta pegar a comida. Tenho olheiras grandes.
Leca Castro - 08/02/14
Leca Castro - 08/02/14
Vc com certeza....não é patética........é sim uma heroína.......se mantém firme, onde 99% das pessoas já teriam desabado.....tem uma força interior..além da compreensão e do entendimento perceptivo dos mortais comuns.....é uma mulher e tanto.
ResponderExcluirAdmiro vc, sua inteligência e sua força interior....uma mulher..incomum.