08/02/2014

Eu sou patética.

Passo todo o meu dia fazendo pequenos trabalhos burocráticos da ONG, navego na internet, jogo Candy Crush, Criminal Case e cuido de uma fazenda no tablet. Fora isso, converso com o pessoal aqui em casa, converso com alguns conhecidos e uns pouquíssimos amigos. Costumo ler um pouco também, mas a minha impaciência atual não me deixa ler grandes páginas. Ou seria agitação íntima?

Fora isso, saio de casa para consultas médicas, exames, trabalhos voluntários, e alguns poucos momentos de descontração. Meu maior passeio é sempre em meu quarto. Hoje ele é o meu mundo.

E o que digito em redes sociais, o que deixo que saia de mim, são migalhas. O ato de reclamar nunca fez parte de mim e ainda me sinto tímida fazendo isso. Sei que divulgar a tristeza só vai atrair mais tristeza, mas tem sido tempos difíceis. Venho me sentindo fora de mim, fora do que sou, fora do que almejei ser na idade atual.

Tudo foi desfeito: projetos, planos, sonhos. Fiquei perdida, sem ter pra onde correr. E não posso mais correr. Nem me abaixar. Nem lavar a louça. Nem cozinhar. Nem varrer a casa. Nem fazer coisas simples que crianças fazem com facilidade. E aí tento imaginar minha vida daqui há dez anos e não vejo nada.

Não tenho coragem de passar esses sentimentos e essas divagações a ninguém. Daí que entro no meu quarto, espero todos dormirem, fico horas remoendo tudo, virando e revirando, até cair no choro, em posição fetal... e dormir.

É patético

Leca Castro - 08/02/14

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Já já eu libero ;-)

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