03/11/2012


Quero escrever sobre mim. Quero ser egoísta. Quero emagrecer de tanto peso guardado. Só por hoje.

O dia está menos quente e isso ajuda a controlar o desânimo. A janela aberta deixa o ar entrar e renovar o ar dormido de dentro. Não há luz do sol. Não hoje. O tempo nublado me fascina e chego meu rosto fora da janela pra contemplar o céu. Cinza. Lindo. Vejo vida se movimentando nessas nuvens carregadas, energias se chocando e o vento estocando a água por sobre a cidade. Quero ouvir trovões, rugidos das nuvens se encontrando, se acasalando. Quero ver nuvens ficando prenhas e me deliciar com o parto de chuva. Nuvens parindo chuva.

E onde entra meu lado egoísta nesse texto? É que dizem que vemos de tudo mas só enxergamos o que nos reflete. E é assim que meu eu se encontra ultimamente: carregado, trovejante, com choques de cargas. E chega uma hora que não tem jeito. A chuva tão contida vira tempestade e precisa sair. Precisa alagar. E deixo uma dica pra quem tem momentos de chuva querendo transbordar pelos olhos e não sabe como fazer: deixe que chova. Se isso for algo difícil e achar que é uma exposição muito grande, tome um banho e chova por lá. Nada como uma água caindo por cima pra ajudar. Uma água lavando a outra. Não segure. Chova. Chore.

Leca Castro - 03/11/12
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Um comentário:

Já já eu libero ;-)

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