24/11/2012


Vejo hoje três tipos bem definidos de cansaços. O primeiro deles é o do corpo. E esse vejo em várias dimensões: quando a atividade física é grande; quando o trabalho se torna extenuante; quando a doença resolve engrossar a voz pra mostrar que tem poder; quando não se dorme o suficiente. Tudo isso vai minando células e enfraquecendo o aglomerado que nos defende, e então ficamos propícios a mais doenças e sempre, a mais cansaço físico.

O segundo é o cansaço da mente. Hoje em dia nem é muito comum mas ocorre quando a cabeça trabalha muito e o pensamento se torna a voz mais alta que se consegue ouvir. E não pára, é incessante. Você pode pensar em mil coisas ao mesmo tempo ou em apenas uma, mas de forma muito intensa. Acontece então a canseira mental. A cabeça dói fisicamente, mas é porque pensar no que se tem que fazer, no que é melhor ou pior, no certo ou errado, cansa.

E por fim, mas talvez o mais significativo, vem a fadiga do coração. E essa eu já canso só de pensar. Todo coração que já passou por momentos extenuantes, principalmente os de dor, sabe que quando está acelerado é difícil diminuir a marcha. Não há câmbio automático. E fazer o controle de embreagem/freio quando se está em plena descida é para poucos. Por isso tantos desastres acontecem nas estradas de nossa vida. É o coração acelerado que não sabe frear e ponderar sobre seu sentir. E esse cansaço é o que mais desgasta porque o coração possui seu cordão umbilical diretamente ligado à alma. E quando a alma cansa, não há refazimento de corpo e de mente que dê conta.

E olhando assim, no todo, o melhor mesmo é evitar esse fastio, essa sufocação. Pensar no que é melhor para o coração e agir de acordo com o que faz bem ao corpo. E, se mesmo assim nada disso for possível, então que se tenha colo. Que se tenha onde repousar para ganhar fôlego. Que se possa chamar alguma outra alma igualmente cansada e dizer: "Oi, vamos descansar um pouquinho hoje? Vamos nos cuidar?". Se você tem alguém que faça isso ou que se dispõe a isso, então você realmente tem um tesouro. É alguém que pode te refazer, um pouco.

E que o ar nunca nos falte...

Leca Castro - 24/11/12

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