01/11/2012

Sou tão estupidamente tola que não consigo sair fora do círculo vicioso que tanto me machuca. Já não consigo dormir por duas horas seguidas à noite. Acordo com o coração aos pulos e pensando em você. E pra dormir novamente demoro mais uma infinidade de minutos. E você parece nem perceber. Ou não se importa. A verdade é que posso me desligar de tudo que me une a você, mas todos os dias o que mais tento é me ligar cada vez mais. Por quê? Ou sou masoquista e não quero admitir ou sou masoquista. É sério, não vejo outra lógica em agir da forma como venho agindo. É como um câncer que vai comendo por dentro, doendo cada vez mais, aumentando cada vez mais e enraizando cada vez mais. Há remédio, eu sei que há. A única explicação que vejo - depois do masoquismo, claro - é que minha vida é vazia, um poço sem fundo, onde mergulhar beira a loucura de um não fim. Se te tiro de mim, o que me sobra? Eu? Mas sou tão desinteressante que minha vida seria pra lá de aborrecida. E sem expectativas. Sem objetivos agudos, de curto prazo. E viver só de prazos estendidos não é motivador. Onde achar então o prazer no hoje, no agora? Juntando minhas limitações só consigo ver meu presente como uma etapa a ser concluída. Sem emoções, sem atrativos, sem motivos. E viver assim não seria o mesmo que cair da mesma forma no poço sem fundo? A diferença é que eu cairia sem esperanças e sem vontade de voltar à superfície. Voltaria pra quê? Pra mergulhar de novo amanhã? E depois de novo? Viver para cumprir tempo não é viver. É cumprir penitência. Prefiro pagar meus erros com pequenos infartos pela madrugada. Eles doem, mas sinalizam que ainda posso sentir. Eles me enfraquecem mas me enchem de esperanças. Eles me matam aos poucos mas eu já morro um tanto todos os dias quando mergulho no poço. Eu morro um bocado a cada dia desde que nasci.

Leca Castro - 01/11/12
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