Somos como cartas vivas. Escrevemos nossa história com o papel da alma e a caneta de nossas ações. E nessas missivas pouco adiantam as palavras bonitas, as rimas bem feitas ou a teoria literária. O que conta mesmo são as frases ditas que apedrejam ou levantam, as mãos que estapeiam ou as que sabem enlaçar, as pernas que aumentam a distância ou as que aproximam, os olhos que faíscam ódio ou os que suplicam carinho, o seio que desperta apenas prazer ou que sabe acolher, a genitália que distribui sexo ou que convida ao amor, o coração que se endurece mais que pedra ou o que se machuca por tanto amar. Cabe a mim, cabe a você, escolher o tipo de carta que quer continuar lendo e o tipo que pretende continuar sendo. Vamos aperfeiçoando nossa letra, nossa escrita, nosso conteúdo ou vamos decaindo em tudo até que sejamos dignos de ir ao lixo? Somos cartas que transparecem realmente nossos valores e, o mais bonito disso é que, para essa escrita, não existe borracha.
Leca Castro - 09/10/12
Leca Castro - 09/10/12
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Já já eu libero ;-)