Será que alguém ainda acredita que vai sobreviver no mundo, sendo egoísta? O corpo pode até viver por 80 anos, mas que alma sobrexistirá nele? Como a alma caminha, senão quando segura nas mãos de outras almas?
Se meu corpo se algema a outros corpos, a caminhada torna-se insuportável. São amarras que me impedem de ir além, de ter liberdade de atitudes, de tomar os rumos que acredito serem melhores. Dar as mãos é um gesto muito mais leve e com efeito muito maior, possibilitando um avanço na marcha da vida de maiores proporções. O segredo é ficar livre desses laços da matéria que nos prende a outros que se iludem também com essas amarras, erguer os braços em direção ao espaço celeste e sentir a liberdade no rosto. A partir daí, voltar a ter os pés no chão e olhar adiante, procurando por parcerias ao longo da estrada. Na estrada que escolho, encontrarei corações afins, com a mesma escolha que eu. Boa ou não. Basta me despir do orgulho e promover a aproximação. Segurar na mão do outro não é fácil. Nem quando a iniciativa é minha e nem quando a iniciativa é dele. É necessário que eu abdique de valores ultrapassados, que não me cabem mais, que não cabem mais nessa caminhada em conjunto.
As pessoas podem se unir a outras através de algemas, como o trabalho, as convicções, as convenções, a vida social, e mais inúmeras formas. Mas as almas só se unem pelos ideais. Se estes forem nobres, melhor. As almas se unem pelos corações.
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Já já eu libero ;-)