03/07/2012


Anoiteço com a sensação de ser um livro, daqueles bem grossos e carregados de palavras, frases, desenhos e rabiscos. São tantos acontecimentos durante o dia que quando o corpo reclama por uma noite de sonhos a insônia se instala. Algumas páginas ficaram inacabadas. Outras ganharam finais tristes. E algumas nem sequer estão perto de serem finalizadas.

Sem contar nas folhas que nem sabia que existiram, mas fizeram parte daquele meu dia corrido e se misturaram com livros de outras pessoas. São os "entrelaços" da vida que costumam nos surpreender.
Alguns dias sou livro grosso, pesado, mas com conteúdo fraco e pobre. Apenas palavras vazias me compõem. Gosto mais dos dias em que sou livreto, daqueles em que uma poesia de quatro linhas e uma estrofe me descrevem com maestria. Onde um desenho composto de traços simples transmitem meus sentimentos mais profundos e os mais transbordantes também. Sim, prefiro ser um livro pequeno, mas com conteúdo. Um livro em que pessoas que me cercam tenham prazer em folhear e entendam logo do que se trata. E terminem a leitura satisfeitos e com gostinho de "quero mais". Quero ser daqueles livros que se tem vontade de reler sempre, que ocupe um lugar de fácil acesso na estante, que a capa não seja o mais importante.

E quando enfim, eu conseguir dormir e encerrar meu último capítulo, que seja pra amanhecer e recomeçar da mesma forma, mas com finais diferentes e melhores.

Amanheço folha em branco.

Leca Castro - 27/12/11

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