03/07/2012


Sempre fui solitária. Não por ter poucas pessoas comigo, mas por não ter pessoas que comunguem com minha idéias e meus ideais. E garanto que cansa muito mais estar rodeada de gente cujos objetivos diferem tanto dos meus, do que se estivesse praticamente isolada tentando colocá-los em prática.

Gosto da solidão em que me transporto nas madrugadas, onde ouço com mais clareza minhas necessidades e consigo trabalhá-las de forma mais amena que em meio à agitação do dia. Faço esforço em mim para que esses gritos de dentro silenciem, ou que pelo menos esses gritos em minha alma já cansada gritem sem eco.

Prefiro a solidão da caminhada do que o agito estacionado. Não posso ficar parada, não consigo ver a vida intercorrendo, oportunidades sendo desperdiçadas, escolhas acontecendo estranhamente equivocadas, como se quem amo gostasse de sofrer, preferisse montar sua vida em cima de momentos tristes e ruins. Que eu seja sozinha então nesse propósito, afinal, o grande astro do nosso Sistema brilha para vários mundos inteiros, e brilha sozinho. Desejo ao menos ser uma faísca da chama de uma vela que, por menor que seja, consegue iluminar o mundo de alguém que está em completa escuridão. Ou o farol de um porto estável àqueles em meio a tempestades e dilúvios. Não desejo ser sol, essa pretensão não é real. Mas me esforço, de várias formas e manifestações, a ser talvez uma pequena estrela no universo de alguém.

Leca Castro - 10/12/11

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