03/07/2012


Sinceramente não sinto vontade de desejar “feliz ano novo” nem prá mim mesma, são palavras que deixaram de fazer sentido em minha vida nesse ano que se passou. Não, não estou reclamando ou praguejando por ter tido um ano ruim, pelo contrário. Aprendi a enxergar as dificuldades como algo bom também. Elas me fortaleceram mais ainda. Mas é que acho tão mecânico esse desejo, tão abrangente que se perde nele mesmo. Primeiro porque felicidade não é algo que se deseja e pronto, ela é relativa a cada um.

Eu desejaria diferente. Desejaria um próximo ano grande, com muito aprendizado, mesmo que esse venha através de alguma dor. Não foi Drummond o gênio da frase “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”? Quanta sabedoria em tão poucas palavras… Se a danada é inevitável, por que não tiramos proveito dela e crescemos? Aliás, antes de toda essa reflexão eu pergunto: o que é dor para você? É o que sente quando corta o dedo e quando fica com fome e a cabeça lateja? É aquela pontada no local da sutura após o efeito da anestesia? É o coração apertando após o rompimento de uma relação? É a saudade avisando que vai “chegar chegando” daqui um tempo, depois do enterro da pessoa que vai amar para sempre? São tantos tipos de dores, não?

Então desejo a você as inevitáveis dores, mas acompanhadas de discernimento para que o sofrimento não faça morada. Sua dor é de um amor perdido ou não correspondido? Não deixe de amar por isso. Não fuja do amor, fuja de pessoas que não sabem te ver alegre. Fuja de pessoas canalhas. Você acha que sua dor de amor é a maior do mundo e provoca dores físicas pra esquecê-las? Desculpe, mas não adianta, vai continuar doendo do mesmo jeito e passará a sentir dois tipos diferentes de dor.

Desejo que seja menos de “fora pra dentro” e seja infinitamente mais de “dentro pra fora”. Chegou a hora de deixar brotar. Enfim desejo, pra mim também, um ano com mais sabedoria, mais capacidade de perdão, mais aprendizado. Estude mais sobre a Ética e a Moral e saiba diferenciar uma da outra. E levante o seu moral, sempre. Não pise nem deboche de ninguém, isso é muito feio. Se isso é desejar um “feliz ano novo”, que seja então novo, de novo e pra todos os fins de ano que virão.

A minha idade não me faz especial, apenas me dá mais tempo de aprendizado. Caminho com pessoas bem mais novas que conhecem dores maiores que as minhas, diferentes das minhas. Sim, tenho dores. Quero então no próximo ano afastar os sofrimentos. E só mais uma coisa: não se ache melhor ou superior que ninguém, por que você não é. Você é humano tanto quanto qualquer outra pessoa. E se andarmos juntos no próximo ano, que seja de mãos dadas. Que seja realmente “junto”… E pra quem entendeu tudo que eu quis dizer, seja bem-vindo e permaneça.

Leca Castro - 30/12/11

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