03/07/2012


Recebi uma pergunta anônima questionando se eu tenho orgulho de ser a mulher que sou. Para responder fiquei dias refletindo. Não quero da vida nada mais do que já recebi. Já sinto satisfação e a sensação de gratidão pelo que já vivi, de bom e de ruim, mas que me transformaram no que sou. Sei que dirão que não tenho ambições ou que me contento com pouco, mas não é verdade.

Para se sentir realizada uma pessoa não precisa de muito nem de tempo, basta viver intensamente o que a vida oferece. E acho que já tive de tudo um pouco: um lar sólido repleto de valores morais, um grande e inesquecível amor, uma filha que se torna uma adulta formidável, estudo completo, uma graduação dos sonhos, a prática profissional, a perda irreparável de entes queridos, a religião ideal, a muda de árvore plantada na infância, a doença que te acorda pra realidade, o livro quase finalizado.

Eu seria uma tola e idiota se dissesse que não fui feliz e mais idiota ainda se não encarasse o dia de hoje como um presente. Se a doença faz doer, deixa doer. Se os amores se vão, deixe que se vão, se for seu, volta. Se o lar se desfez, reconstrua o seu. Se a filha voou, deixe que voe e confie no que ensinou. Se o trabalho findou, relaxe e descanse.

E se novamente me perguntarem se tenho orgulho da mulher que me tornei, não irei deletar novamente a pergunta, já sei o que responder...


Leca Castro - 22/01/12

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