02/07/2012


O egoísmo é tão maior que as outras não-virtudes que ele consegue destruir. Friamente. E depois as pessoas dizem que não entendem como pode haver tanto sofrimento. Mas é tão simples a resposta... tão óbvia! Se tenho uma tempestade em mim e preciso deixar chover com alguém, o que acontece? Ou não há tempo para se perder com chuvas, deixa molhar porque não há mal algum nisso, ou então essa chuva é vista e sentida de outra forma, até mesmo como uma garoa. E o que impede o outro de enxergar minha tempestade? Ou o que deixa sua visão tão turva a ponto de achar que minha tormenta se compara a um simples precipitar de nunvens ainda leves?

A tarefa de apaziguar tempestades alheias não é sempre fácil. Na maioria das vezes você se molha, por mais que se proteja. Não tem jeito. É tempestade. O vento leva a chuva em todas as direções. E aí se consegue amenizar essa agitação das águas do céu do outro e chega a bonança... o que vem depois? Vem que você olha para os lados e não encontra ninguém mais com você. Quem teve a tempestade abrandada sai correndo loucamente em direção a outros rumos e te deixa pra trás. E aquele sol escaldante que não é seu e que surge após o vendaval que também não era seu, começa a te sufocar, te esquentar fortemente, até você se sentir bambo, fraco, com sede. E então abandona aquele local e procura por uma sombra. E deseja com todas as forças voltar para a sua tempestade, se refrescar na sua própria chuva, se afogar se possível. Até chegar a hora de precisar de ajuda, companhia, ou um guarda-chuvas que seja. E a hora da sua tormenta chega. E o que acontece? Vem ajuda? Não... Quando aparece alguém e faz acender aquela luzinha de esperança, aquele farol em porto seguro, logo se descobre que não era uma ajuda mas outro pedido de socorro.

E assim as tempestades vão se tornando contínuas, incessantes, atemorizantes. E solitárias.

Leca Castro - 28/11/11

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