03/07/2012


Ontem, "conversando" com um Amigo sobre como agir e reagir dentro de uma relação de amizade, vários questionamentos me surgiram. E como amo a madrugada aproveitei o silêncio e me pus a ponderar a respeito. Alguns pontos que achei relevantes ainda permanecem obscuros, enquanto outros consegui clarear bastante.

Se devemos aceitar o outro com todos os seus defeitos por que isso nos remete a estagnação? Eu aceito todos os defeitos do meu amigo mas isso não significa que eu não vá tentar formas de fazê-lo enxergar a necessidade de uma melhoria ou ao menos uma discussão sobre valores arraigados sobre o que é certo e/ou errado. Qual o parâmetro de comparação sobre o que realmente é defeito e perfeição? Claro que isso vem à tona sempre que problemas vão surgindo e as divergências aparecendo. Só assim vamos descobrindo o outro e suas reações perante a vida e outras pessoas.

Como confiar se esse primeiro passo não foi satisfatório? Pode-se não chegar a um consenso sobre o que é certo ou errado de se fazer na situação-problema, ou qual a melhor postura a ser adotada, mas ao menos deve-se ter liberdade de chamar pra conversar, externar as dúvidas, anseios e chateações. Deixar as situações "por isso mesmo" não é solução pra ninguém, nem nunca foi. Ou é falta de interesse em resolver o problema ou é medo de que a outra pessoa se aborreça. Em ambos os casos essa relação não pode ser considerada amizade. Não mesmo. Confiar é ter segurança na reação do outro. É ter esperança firme no outro.

O que espero de um amigo? Espero que ele seja lápis de cor trazendo alegria a essa minha vida cinzenta; que seja estrela que me guia para um porto seguro; que seja passos suaves quando eu me sentir rua deserta; que seja traço sensível quando minh'alma for apenas rabiscos insanos e grotescos; que seja desenho com formas e cores bonitas gravado pra sempre em mim.

E após pensar tudo isso ainda lembrei de um outro fator igualmente importante: tudo isso é o que eu espero, mas o que o outro espera de mim como amiga? E novamente me vejo refletindo sobre o respeito. Cada um tem seu tempo, seu momento de descoberta, suas experiências. E não exigir que enxerguem esses conceitos ou tentem praticá-los da mesma forma que eu é uma maneira de ser amigo, de respeitar. E volto para o meu travesseiro e tento adormecer com uma única pergunta da madrugada: sou amiga?

Leca Castro - 29/12/11


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