03/07/2012


Meus ouvidos vibram ao som das vozes que me rodeiam e são proferidas sem pensar. Vozes que machucam, apunhalam, ferem. Vozes que ecoam em sua capacidade infinita de penetrarem já rasgando o que ainda tinha de bom em meus pensamentos.

Meus olhos brilham quando vislumbram um feixe de luz em meio a tanta escuridão mundana. Cansados estão de existirem nas sombras, no escuro em que tudo em volta se encontra. Precisam de luminosidade, de um colírio da compreensão que amenize a poeira do supérfluo na córnea esgotada de tanto chorar.

Minha boca se cala imediatamente com o grito de inocentes sendo apunhalados pela ignorância. Se cala quando acham que o volume importa mais que a qualidade do sentimento revelado. Se fecha no instante em que as palavras proferidas se tornam vazias diante da tanta dor e desentendimento em um mundo em que prevalece a lei de quem sabe gritar e ferir com e por tão pouco.

Quero ouvir palavras musicadas que acalmam meu coração cansado, que embalam minha alma já desgastada pelo tempo. Quero enxergar beleza exalando dos gestos simples e espontâneos, que acalentam essa minha alma ansiosa pela fraternidade em tempos de guerras e disputas por podres poderes. Quero gritar ao mundo palavras com nexo e que há muito se encontram amordaçadas, que amenizam em minh'alma a dor do silêncio imposto durante os anos de ditadura dos bons sentimentos.

Quero amar em um mundo complexo, mas que saiba receber através dos meus meios de comunicação a simplicidade do amor em si. Quero amar sem justificativas, sem ponderações, sem críticas. Quero amar sem análises, sem sufoco, sem julgamentos. Quero amar sem medo.

Leca Castro - 18/12/11

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