28/06/2012


Ando necessitada de outro mundo. Um mundo que reflita o que sou, o que sinto, o que penso. Esse mundo em que vivo, tão mesquinho, não serve para mim. Nesse mundo em que vivo as pessoas não vivem, elas apenas respiram. Elas correm sem nem saber para onde, apostam corridas consigo mesmas, querem chegar a um lugar que nem sequer existe. Desejam ardentemente algo que não possuem, qualquer coisa, não importa o que seja, basta que outros tenham. É um mundo de competição e o melhor ganha uma fama provisória, que pode durar dias ou até mesmo anos, mas será sempre provisória. Aqueles que conseguiram fama eterna não precisaram competir.

No mundo que desejo não haverá competição de nenhuma espécie, nem mesmo pelo amor de alguém. Cada um receberá de acordo com seu merecimento e sua capacidade. Nada de correria, sofreguidão, desassossego. Nada de apego. Basta saber viver e apreciar o que é belo e o que é bom. Basta desejar que a alegria sentida seja percebida e dividida por todos e com todos. No meu mundo, as pessoas se amam, independente do sexo, da cor, do tamanho do bolso ou da religião. Aliás, nesse meu mundo, o amor é algo normal, corriqueiro, e mesmo assim não consegue ser banalizado. As pessoas se aproximam, se conhecem, se permitem e se amam. O sexo com amor só é permitido aos casais apaixonados pela vida e entre si. Somente a eles. O sexo sem amor não existe. Aliás, ele nem nunca foi cogitado e também nunca foi necessário. Acontece tão naturalmente como o próprio amor, como a própria vida.

Nesse meu mundo os humanos são seres que vivem, que não precisam correr de ninguém, nem da própria imagem refletida no espelho. Desejam apenas que os outros humanos compartilhem entre si o objeto da suposta fama, sem receios de imitações ou cópias, pois cada um possui suas próprias criações. Assim, ninguém é mais famoso que outrem. Todos são famosos, todos se respeitam. E o amor será tangível a todos, será presente no ar que se respira, na natureza que sobrevive sem medo, nas crianças que não se preocupam com as 'coisas' de adultos, com os adolescentes que conquistam novas experiências, com adultos que socializam e descobrem a beleza de amar, e nos velhos que repassam sabedoria do que viveram até então.

Esse é meu mundo, onde convido pessoas a fazerem parte, mas que entram e percebem que estão em campo desconhecido. E tudo que é desconhecido provoca medo. A maioria foge, com tanto medo, que nem lembram de se despedir ou agradecer pela rápida estadia. Poucos são os que ficam e decidem encarar o medo para aventurar-se por um mundo ainda estranho. E desses poucos, raros são os que permanecem. E aos que permaneceram, a descoberta de uma vida diferente, onde o amor entre todos é possível e acessível, leva a um processo de transformação, de desejo. Após conhecer esse meu mundo, os que permanecem querem um mundo de amor também. E assim, os humanos vão espalhando esse novo mundo onde aprendem que SER humano é mais que respirar, mais que existir. É amar incondicionalmente o amor.

Leca Castro - 14/11/11

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