28/06/2012


Sua carta chegou! 

Agora sei que posso voltar a relembrar nossos momentos, e posso sonhar com novos. Vamos nos encontrar em breve! E então volto a me permitir, abro os braços para a nostalgia e vou dormir imaginando nosso próximo abraço. Mas preciso muito te ver, olhar através dos seus olhos, saber o que eles me dizem sobre você. Somente isso já me bastaria, saber sobre você além das palavras, através do seu olhar. 

Sim... eu sei te ler e sei te enxergar também. Você me é tão transparente que quando me encontro aí dentro, me perco em você. Esqueço do resto, esqueço do mundo, nada mais importa, somente eu e você. E sei o que acontece depois que mergulho nesse olhar... vem o seu sorriso, lindo que até me dói só de lembrar, e você me toca no rosto com as costas de sua mão. E vai dizer que adora minha pele e como ela se parece com o roçar do pêssego. E então fecho meus olhos pra sentir esse pequeno toque, que me invade como uma fagulha elétrica e deixa todo meu corpo ardendo em quentura. Abro meus olhos e então nos beijamos... ah, que vontade desse beijo novamente, de seus lábios macios e suaves. Nos entregamos a esse deleite enquanto nos enlaçamos e sentimos nossos corpos serem invadidos por toda essa deliciosa sensação de não poder mais parar. E após esse longo beijo nos abraçamos demoradamente, sentindo nossos corações pulsarem e nossos corpor tremerem. Adoro quando trememos nesse momento, me sinto mais correspondida que nunca.

Já me perco, fico sem saber se estou apenas relembrando ou já projetando pro nosso próximo encontro, que será em breve. Sua carta reacendeu meu calor, tudo estava muito frio aqui dentro, sem gosto, sem vontade, sem reciprocidade. Ficar aquecida novamente é tudo que eu preciso. Posso voltar a sonhar, principalmente acordada. A certeza que tenho? Sua caligrafia doce, suave, e ao mesmo tempo segura. Aquela marca no canto da terceira folha que tenho certeza ser a marca de uma lágrima que caiu quando escrevia sobre a falta que te faço. Aquele traço incerto quando demonstrou fraqueza ao dizer que me imagina nos braços de outro... E há quem diga que uma carta manuscrita é bobagem...

Leca Castro - 02/11/11



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