25/06/2012


Não tenho a pretensão de que esse texto seja reblogado porque sei que a maioria das pessoas que me seguem e que lêem textos grandes, esperam algo que falem de amor. Este fala, mas não de amor entre um casal.

Hoje, enquanto estava sozinha, precisando de ajuda emocional, percebi o quanto somos vazios de amigos. Estava no local mais frio que pode existir, mas o único que alivia a dor física. E comecei a pensar para quais amigos poderia ligar ou mandar uma mensagem, enquanto ficaria ali por umas 4/5 horas.

Pensei logo na minha melhor amiga atual (?), mas ela estava trabalhando nesse horário em um local onde não conseguiria conversar comigo. Pensei em outra amiga (?), mas fiquei na dúvida se ela entenderia o que eu estava passando naquele momento. E foi então que minha ficha caiu...

As únicas pessoas capazes de entender o que estava acontecendo sem que eu precisasse me desgastar explicando (sim, é emocionalmente desgastante explicar o que me acontece enquanto sinto dores) eram 4: minha 'anja', mas eu já estava ali esperando por ela e ela não teria condições de me ajudar emocionalmente por estar trabalhando; minha melhor amiga atual, mas como disse antes ela não estava disponível; minha filha, que não perdoaria se não a chamasse para ficar comigo; e um amigo recente que está começando a saber da minha história, mas que, ao mesmo tempo, sabe mais que qualquer outro não listado aqui. Só que naquele momento uma SMS seria inviável em função de um desentendimento estranho.

E fiquei a pensar nessa quarta pessoa, loucamente. E minha mente viajou. Por um lado isso foi bom, ajudou o tempo a passar. E apareceram várias questões... por que somos tão egoístas e nosso sentimento, seja bom ou ruim, tem que sobrepor a necessidade do outro? Por que sempre achamos que temos razão? E mesmo quando não achamos, por que então não mudamos de comportamento? Por que sempre precisamos mostrar que o que sentimos é mais importante do que o outro tem a nos dizer? Por que menosprezamos tanto o dizer e o sentir do outro? São muitos por quês e isso me deixou pior, muito pior. E penso se realmente vim ao mundo para ter amigos.

E amar dói... não importa o tipo de amor. Sinto dor quando minha filha sofre e sofro junto. Mas também dói quando a vejo fazendo algo que irá doer depois, mesmo sabendo que aquilo faz parte de seu aprendizado e crescimento. Sofro quando meus pais passam mal, ou quando não absorvem alguns problemas. Sofro quando vejo pessoas queridas sofrendo pelos outros ou por si mesmas. Sofro pelos meus amigos, por todos os motivos que existem e façam eles sofrerem. Podem sentir dor pelo motivo mais besta do mundo, mas sofro por eles e com eles mesmo assim. E choro, sempre. É a única forma que tenho de deixar a dor escapar, mesmo que ninguém presencie este ato.

Se estou melhor? Apenas das dores físicas... essas foram anestesiadas. Para as outras dores... como havia dito em um dos textos atrás, " jamais encontrei um remédio que se compre. Um remédio fora de mim, que dependa de alguém além de mim."

Escrito no PS esperando o soro acabar...

Leca - 13/09/11

Categories:

0 comentários:

Postar um comentário

Já já eu libero ;-)

RSS Feed Siga-me no Twitter!