25/06/2012


Sabe aquele dia em que acontecem tantas coisas que te afetam, que você acorda no dia seguinte e precisa refazer passo a passo tudo que aconteceu? Meses passam por minha inóspita vida e acontece uma coisinha aqui, outra acolá. Com as pessoas que me rodeiam é diferente, todo dia é uma aventura, independente se as experiências foram boas ou não.

Mas fui me acostumando a essa vida, vida essa necessária por causa de uma doença. Uma doença que ainda não havia me permitido dividir com o restante do mundo. Uma doença que, durante anos, vem gerando em mim outras doenças. Felizmente, por causa dos meus valores e crenças, minha alma continua sã. Continua sã e em alerta, para que o corpo não padeça nada além que o necessário. Para que a mente não se desvie apenas para esse foco. Para que meu coração ainda encontre motivos para dar pulos de alegria e amar.

Sobre a doença? Ah, essa eu tiro de letra! Consigo dialogar e acalmá-la rapidamente. O que é tão difícil então? A dor... essa danada que consegue se entranhar no corpo e atravessa ele todo até chegar na alma. E a dor da alma é a mais forte, pois jamais encontrei um remédio que se compre. Um remédio fora de mim, que dependa de alguém além de mim.

Já me acostumei a essa dependência de mim mesma para ficar bem e sei que é a melhor opção. Depender de outras pessoas pode gerar mais dor e tudo fica extremamente insuportável. E então começo a ter questionamentos, já que minha mente vive a voar e refletir.

Questiono se um dia, caso a dor me deixe, conseguirei viver sem ela. Voltar a ter uma vida onde não haja mais a dor para impedir que eu tome minhas decisões e seguir por onde eu quiser. Nem sei se ainda saberei como fazer isso...

E, caso a dor não me deixe, conseguirei viver sem sofrimento? O que me restou além da dor? Ela já me tirou tudo: amigos, trabalho, profissão, diversão, saídas, carro, almoços e jantares, festas, confraternizações. Por dentro ainda resisto, mantenho a esperança e a alegria, mesmo que em alguns dias ela seja aparente. Não faz mal. Só não quero sofrer, mas sei que a vida não passa receitas.

Continuo a viver, dia após dia, caminhando a passos curtos mas certeiros. Quero continuar a viver. Quero ainda ver um mundo com pessoas crescendo e aprendendo a amar, aprendendo a sentir, a se permitirem sentir. Esse mundo que anda tão vazio de sentimentos. Sim, não quero apenas sobre-viver, quero viver!

Leca Castro - 08/09/11
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