08/09/2012

Atendo o interfone e ouço sua voz. Não espero você subir as escadas, desço até seu encontro, passos trôpegos de ansiedade. Entre um andar e outro nos abraçamos (sim, sempre o abraço antes do beijo, ele traduz a saudade) e assim ficamos por um tempo, até que nos desvencilhamos e olhamos um para o outro. Ah, como amo seus olhos, consigo me perder dentro deles! Então nos beijamos, nada caliente demais, apenas um beijo simples para selar nossa proximidade. E subimos as escadas de mãos dadas e rindo, mesmo sem proferir palavra alguma. Apenas alegres por estarmos juntos. E assim foi sempre nossa relação. Foram os anos mais intensos de minha juventude onde cada encontro era uma eternidade que ficava gravada na minha memória. E ficou. Você sempre será minha lembrança mais forte, minha saudade mais frequente, minha vontade mais intensa. E se os anos não tiraram você de mim, não serei eu que conseguirei fazer com que isso aconteça, apesar de já ter tentado, e muito. Eu me rendo. Não vou mais nadar contra as forças das águas do amor, nem me forçar a desistir. Eu realmente cansei. Aceito viver os restos dos meus dias sendo escrava das lembranças desse passado que não me deixa. É isso que vem alimentando minha alma e mantendo o desejo que arde dentro de mim. Então que seja dessa forma como havíamos nos prometido: eu e você, amor, para sempre…

Leca Castro - 08/07/12


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