08/09/2012

Se eu disser que o frio que anda fazendo vem me gelando por dentro também, seria algo muito “lugar comum”? Seria, não? Mas é a verdade. Não sentir você ao meu lado, não poder tremer mais com o toque de suas mãos, tudo isso fez meu calor esfriar. Mas ainda sobra aquele foguinho, bem fraco, que dá rumo no escuro, sabe como? Às vezes sinto arrepios, mas eles se confundem com o vento da rua. Quisera eu ter a certeza de que é você a causa desse desassossego. Minha alma está inquieta, não sei se por não conseguir te deixar ir logo ou por ansear por outra alma afim. Quem consegue ficar tanto tempo só, não é mesmo? Saio de casa, desejando que o vento rasgue minha pele no rosto e minhas bochechas fiquem vermelhas. Deixo a garganta exposta para, quem sabe, uma dor de garganta venha superar a dor de não poder mais conversar com você. E me abraço. Para proteger do frio, mas não… Me abraço para ter algum consolo, um abrigo que perdi e não encontro mais em você e em ninguém. Só tenho a mim. E ao frio.

Leca Castro - 28/08/12


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