19/09/2012

O que vejo de belo e importante na escrita é que ela toma um pouco o papel da terapia que tanto reluto em voltar a fazer. Ao sentar e começar a digitar, sinto-me num divã, recostada, com as mãos entrelaçadas pelos dedos, postas em cima da barriga, como a rezar. Mas posso estar também como um defunto no caixão, depende do ponto de vista. Escrever, por mais bobo que possa parecer a quem lê, não deixa de ser uma morte. Às vezes sai tão do fundo que beira o suicídio. Morro várias vezes em vida. Pra quem escreve, esse momento é um prazer único. E dentre tantos prazeres existentes na vida, (cada um em seu momento próprio), o prazer de deixar sair o sentimento através de uma arte costuma ser indescritível. Como agora. E vendo escritores falando a respeito disso, compositores contando a história por detrás da letra, é que concordo que poesia está em tudo que é belo e faz a alma levitar. Não há limites. Nem o céu é mais limte. Nem a dor. Nem o amor. E pra quem ainda não experimentou esse prazer que eu relato, convido a fazer algumas tentativas. Escreva. Ouça uma canção cuja letra tem muito a dizer. Feche os olhos e tente voar. Namore a lua e mande recados por ela. Ria com as estrelas. Tenha tempo para si e o que você anda gritando por dentro, e você não pára pra ouvir. Deite no divã e faça uma oração. Ou, apenas por hoje, se deixe morrer.

Leca Castro - 19/09/12

Categories:

0 comentários:

Postar um comentário

Já já eu libero ;-)

RSS Feed Siga-me no Twitter!