17/09/2012

Tem dias que não sei o que fazer exatamente com a angústia que me abate. Seria bom se fosse algo palpável que eu pudesse pegar com as mãos e colocar embaixo da cama, ou em cima do guarda-roupas. Às vezes é tão grande que eu usaria minhas mãos pra arrancá-la do peito e atirá-la pra bem longe de mim, num rio de correnteza forte, pra que fosse embora bem rápido. Chega a ser insuportável sair à rua de braços dados com ela, ou mesmo ir até a janela espiar o céu e sentir as entranhas doerem. É aquele momento em que andar descalça pelas pedras do caminho provoca uma dor mais tragável. Ou até mesmo desejar a dor do momento do parto. Ou a maldita cólica que faz questão de aparecer pontualmente a cada mês. Qualquer dor física natural que me faça esquecer por um tempo essa outra dor que igualmente consome. Não quero críticas, aliás, desabafos não se criticam. Quero colo. Quero olhares. Quero que tudo aqui se aquiete. Quero mudez. Preciso de silêncios.

Leca Castro - 17/09/12

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