07/09/2012

Bato a porta com força sem nem olhar para trás e vou caminhando pela calçada. Tudo que desejo é respirar, ver gente que não conheço, enxergar qualquer coisa que me distraia dessa minha mente insana, já quase doentia. As idéias não mais se combinam, creio até que meu juízo está comprometido. Meu raciocínio já não é mais coerente. Vejo pessoas com rostos estranhos, engraçados, sisudos, cachorros perdidos como eu, lixo fora do lugar refletindo a podridão dos seres nada pensantes, vitrines ostentadas de atrativos vãos. Ninguém respira tranquilidade ou despreocupação, nem eu mesma sei o que vem a ser isso. Paro na esquina e vejo multidão de carros se desrespeitando e trânsito engarrafado de pessoas se esbarrando e passando direto, como se pedir desculpas fosse algo ridículo de se fazer a cada dois passos dados e topados na pessoa seguinte. Decido não cruzar a rua e recomeço a caminhada até me deter defronte uma porta. É lá que resolvo me esconder. Ou quem sabe, me mostrar. Não, quero e preciso me libertar! De tudo que a cidade tem para me oferecer fico com essa opção, verdadeiro paraíso, onde a plaquinha ao lado da porta diz: ‘Éden do Sebo’. Sucumbi.

Leca Castro - 09/06/12


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