07/09/2012

Passa o dia, chega a noite, invade a madrugada. Essa rotina de vinte e quatro horas, tão necessária ao equilíbrio, me deixa enebriada. E o vazio que por dentro aumenta é sempre alimentado na invasão do fim de noite, onde o silêncio impera e consigo ouvir o choro doído que ecoa no mais profundo de meu ser. Mas como pode um vazio, onde o nada habita e onde habita o nada, provocar tamanho incômodo? Passo madrugadas aproveitando essa quietação e ouço gritos abafados implorando para saírem daqui, vindos por detrás desses espaços em mim e ancorados no peito. Permito que saiam e escorram pelos meus dedos através desse teclado. E meus brados asfixiados tomam forma de palavras sufocadas. A madrugada se despede.

Leca Castro - 06/05/12


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