05/09/2012


Não reclamo das 'obrigações' da vida adulta. Faz parte desse período trabalhar, receber o soldo, promover pagamentos, arquivar comprovantes, planejar aquisições, conviver com o outro. Nada disso é problemático. Cada item desses só complica quando começam a surgir em torno dele as famosas preocupações.

O trabalho deve ser prazeroso, assim como sua remuneração. Claro que queremos ganhar muito bem, mas na verdade o correto é recebermos o necessário ao pagamento das contas e um a mais para conforto na vida. O luxo é supérfluo e é referente à falta que faz a outros. Se conseguimos o montante para pagarmos as contas e ainda sobra para outras aquisições, mesmo que a prazo, não há motivos de preocupações. E falo de sustento próprio e de uma família, na maioria dos casos. A única preocupação que deveria realmente existir e ser passível de aceitação é a convivência com o outro. Na verdade, é muita gente pra se conviver nesse mundo de 'gente grande'. São colegas de trabalho que possuem afinidades com você e outros que te invejam, funcionários, chefias, motoristas no trânsito, clientes, atendentes, amores, família. Citando por alto.

O desafio real é a convivência. É necessário sair muito de si para manter uma boa relação com todas essas pessoas. O ser egoísta não consegue isso. Na primeira oportunidade quer que sua opinião prevaleça, ou ao menos quer que ela seja ouvida, gerando discussões intermináveis. Hoje entendo o por quê de não se discutir política, religião ou futebol. É completamente desnecessário e só gera atrito, visto que cada um tem sua opinião formada e não pretende mudar. Discutir para quê? E nos outros assuntos, se você não pode provar sua teoria, qual o real motivo de se discutir senão a eterna chaga do orgulho?

Ah... Conviver cansa, mas é a única forma de crescermos enquanto pessoas, de viramos seres que merecem algum respeito, de sermos interessantes perante os que amamos e a nós mesmos. Não existe prazer maior nessa vida que a conquista do respeito perante os que amamos e respeitamos, seja no trabalho, na sociedade ou na família. Mas que isso não nos deixe mais orgulhosos e egoístas, pois presunção é a venda dos olhos da razão. Que isso nos torne mais homens nessa selva de convivências da vida adulta.

Leca Castro - 16/04/12


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